Um manifestante anti-governamental morreu Sábado em Lima, capital do Peru, após ter sido ferido em confrontos com a Polícia, informou a Provedoria de Justiça, elevando para 65 o número de mortos, desde o início dos protestos, em Dezembro de 2022, anunciou a Reuters.
“Lamentamos a morte (…) nas manifestações violentas de Sábado”, escreveu o gabinete do Provedor de Justiça na rede social Twitter, indicando ainda que o “chefe de serviço do Hospital de Urgência Grau está a coordenar com o Ministério Público peruano os procedimentos de acordo com a lei”.
O Congresso do Peru rejeitou, Sexta-feira, antecipar as eleições gerais do país para Outubro, mas o presidente do Congresso, José Williams, informou que fora apresentado um pedido de reconsideração, que será discutido na Segunda-feira e que implica uma nova votação.
A demissão da Presidente do Peru, Dina Boluarte, a dissolução do Congresso e a convocação imediata de eleições para uma assembleia constituinte, a punição para os responsáveis policiais e militares envolvidos na sangrenta repressão dos protestos e a libertação do expresidente Pedro Castillo acusado de promover um “golpe de Estado” constitucional.
Constam ainda medidas de prisão preventiva, desde o início de Dezembro de 2022, são as principais reivindicações dos manifestantes, provenientes das zonas mais pobres do país.
A crise política que abala o Peru é também reflexo do enorme fosso entre Lima, a capital, e as províncias pobres que apoiam Castillo, de origem ameríndia, e que nunca foi aceite no Palácio Presidencial pela elite e a oligarquia citadina, e pelos principais “media” na posse de abastados empresários.