A vista do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que deve começar no 12 de Abril terá uma agenda ambiciosa que prevê a celebração de muitos acordos e uma grande delegação brasileira formada por cerca de 300 membros
Nos encontros, o presidente brasileiro tratará de temas económicos e diplomáticos, expondo a intenção do país sul-americano de retomar uma cooperação mais ampla com países em desenvolvimento e expandir influência do Brasil no mundo, após o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro que foi marcado pelo grande isolamento internacional.
Existe a projeção por parte de diplomatas brasileiros de que serão assinados cerca de 20 acordos de cooperação entre Brasil e China em diferentes áreas, com destaque para ciência e tecnologia, economia, comércio exterior, cultura, indústria, defesa e educação.
Segundo declarações do secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Eduardo Paes Saboia, cerca de dez dias antes da viagem de Lula da Silva à China, estão a ser negociados muitos acordos bilaterais, 20 já foram confirmados, “mas esse número pode aumentar.”
Um dos acordos da área económica que gera expectativa diz respeito a activação de um fundo de financiamento chinês de 20 mil milhões de dólares (18,6 mil milhões de euros) para investimentos em projetos no Brasil.
O país sul-americano também espera firmar parceira para desenvolver a sexta geração de satélite sino-brasileiro e, por iniciativa do Governo Lula da Silva, há a indicação de que pode acontecer uma declaração conjunta com a China sobre clima e até mesmo criação de um fundo de financiamento binacional para combater as mudanças climáticas.
A previsão é que Brasil e da China também discutirão temas de governança global, assuntos de interesse dos BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), e a proposta brasileira sobre a criação de um grupo de países não envolvidos na guerra provocada pela invasão russa à Ucrânia para negociar a paz naquela região.
Xi Jinping acabou de retornar de uma visita de Estado a Moscovo, onde se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, e apresentou as propostas chinesas de paz na Ucrânia, facto que aumenta certeza de que a guerra no leste da Europa será um tema sensível e importante no encontro do líder chinês com o líder brasileiro.
Na visita, Lula da Silva deve participar de um grande evento de negócios que reunirá pelo menos 240 empresários brasileiros, com forte presença de pessoas ligadas ao agronegócio que acompanham a comitiva governamental na viagem, além de empresários e representantes do Governo chinês.
A China é o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro e no ano passado absorveu 31,9% das vendas do sector ao exterior, segundo dados do Ministério da Agricultura do país sul-americano.
Cerca de 40 políticos, entre ministros do Governo brasileiro e parlamentares convidados devem participar das agendas na visita de Lula da Silva ao país asiático.
O programa oficial anunciado pelo Governo brasileiro também prevê uma visita a Xangai, capital económica da China, onde a ex-vice-presidente Dilma Rousseff, que governou o Brasil de 2011 a 2016, assumirá a gestão do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) dos BRICS.
Ao final da viagem, Lula da Silva terá, em apenas três meses de mandato, tido reuniões com os mais importantes parceiros comerciais do Brasil.
Em Janeiro, o governante foi à Argentina, em Fevereiro esteve nos Estados Unidos, segundo maior parceiro do Brasil e que fica atrás apenas da China nas trocas comerciais, numa viagem que também contou com um encontrou dele com o presidente norte-americano, Joe Biden.
A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2022, a corrente de comércio entre os dois países atingiu recorde de 150,5 mil milhões de dólares (139,4 mil milhões de euros).
Além de Bakhmut, Moscovo estará a dar prioridade às cidades de Lyman, Avdiivka e Marinka, todas situadas na província de Donetsk, no leste do país Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.401 civis desde o início da guerra e 14.023 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.