O organismo constituído pelos ministros dos Negócios Estrangeiros árabes reuniu-se de emergência no Cairo para manifestar a sua discordância face à última medida dos EUA sobre a embaixada em Israel.
Após a fúria nas ruas, chegou a reacção política. A Liga Árabe mostrou a sua união contra a decisão do Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, de mudar a embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém e de reconhecer a cidade como capital de Israel.
A primeira consequência é o anúncio de que o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, já não se vai encontrar com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, no próximo dia 19, tal como estava previsto. “Nós tomámos a decisão de que não haverá qualquer comunicação oficial entre funcionários palestinianos e representantes norte- americanos.
Como sabem, há uma visita do vice-presidente Mike Pence à Palestina a 19 de Dezembro e houve uma declaração oficial de que o Presidente Mahmoud Abbas não se vai encontrar com o vice-presidente Pence”, afirmou Riyad Al Maliki, ministro palestiniano dos Negócios Estrangeiros. Numa reunião extraordinária do organismo, no Cairo, os ministros dos Negócios Estrangeiros árabes consideraram ainda a decisão norte-americana “nula”, pediram para a mesma ser “revogada” e deixaram em aberto a possibilidade de procurar um novo parceiro além dos EUA no processo de paz.
O número dois dos Estados Unidos tinha agendado um encontro com o Presidente da autoridade palestiniana no âmbito da sua visita a Israel e ao Egipto. Apesar desta tomada de posição da Liga Árabe, a Casa Branca mantém por agora os planos e a sua decisão. De acordo com a imprensa norte-americana, Mike Pence foi mesmo um dos principais defensores da mudança da embaixada de Telaviv para Jerusalém.
Caso se concretize a transferência, os Estados Unidos serão o primeiro país com representação em Israel a colocar a sua embaixada em Jerusalém. Donald Trump já veio defender a sua decisão, reiterando que se limitou a cumprir uma promessa da sua campanha e que também já tinha sido feita pelos seus antecessores (Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton) na Casa Branca.