O pedido de mediação foi feito pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, e o grupo é liderado pelo bispo de Bissau, José Camanté. O grupo de religiosos foi recebido pelo líder do PAI GC.
Os líderes das várias confissões religiosas na Guiné-Bissau iniciaram Quarta-feira uma série de contactos com diferentes entidades políticas do país para tentar mediar o impasse político, disse à Lusa fonte da igreja católica que lidera o processo. Segundo a mesma fonte, o pedido de mediação foi feito pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, e o grupo é liderado pelo bispo de Bissau, José Camanté. O grupo de religiosos iniciou neste dia as consultas, tendo sido recebido pelo líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira.
À saída do encontro na sede do PAIGC, em Bissau, nenhuma das partes prestou declarações aos jornalistas. A seguir, o grupo deve encontrar-se com o presidente do Partido da Renovação Social (PRS), Alberto Nambeia, e de seguida com o coordenador do grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC, Braima Camará. “A tarefa que o Presidente incumbiu aos religiosos é de tentar aproximar as partes”, declarou a fonte da igreja católica. José Mário Vaz pediu aos líderes das igrejas guineenses, no sentido de levarem as partes desavindas na crise que afecta o país, que se entendessem para que se possa cumprir um roteiro de negociações.
O roteiro, que Vaz apresentou na ultima cimeira de lideres da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), prevê a nomeação de um novo governo de consenso, mas desde que o PAIGC readmita nas suas fileiras os 15 deputados expulsos, sem condições. A direcção do PAIGC, porém, tem repetido que aceita a reintegração dos deputados na sua bancada desde que regressem ao partido “como simples militantes”.
A CEDEAO deu até um prazo de 30 dias, que deve terminar a 16 de Janeiro próximo, para que haja um entendimento na Guiné-Bissau e seja cumprido na integra o Acordo de Conacry, um instrumento que patrocina e com o qual acredita que se possa terminar com a crise. O Presidente guineense acredita que, cumprido o roteiro que elaborou, o Acordo de Conacry será implementado. A Guiné-Bissau vive uma crise política desde que, em 2015, José Mário Vaz exonerou o governo do PAIGC saído das eleições realizadas um ano antes. O actual governo, de iniciativa do Presidente, não é reconhecido por quatro dos cinco partidos no Parlamento.