Numa conferência de imprensa, Chérizier disse que aceitaria o envio de uma força multinacional, se for para prender o primeiro-ministro, Ariel Henry, “políticos corruptos” e agentes da Polícia que acusou de venderem munições e armas nas favelas do Haiti
“Se a força estrangeira vier ajudar e dar segurança para que a vida recomece, também vamos aplaudir”, disse o antigo agente da Polícia, também conhecido como “Barbecue”.
Mas Chérizier alertou que a população revoltar-se-ía contra qualquer força internacional que repetisse as acções das anteriores forças de paz, enviadas pela ONU, que foram acusadas de cometer abusos sexuais e de inadvertidamente contaminar fontes de água com a bactéria que provoca a cólera “Vamos lutar contra eles até ao nosso último suspiro”, disse o líder do G9.
“Será uma luta do povo haitiano para salvar a dignidade do nosso país,” acrescentou. Chérizier exortou os haitianos a mobilizarem-se contra o governo.
“Estamos a pedir à população que se erga”, disse.
O antigo agente da Polícia garantiu que o G9 já não está em guerra com um outro grupo armado, conhecido como G-Pep, liderado por Gabriel Jean-Pierre, pelo controlo de Cité Soleil, uma comunidade densamente povoada que faz fronteira com a costa, na região metropolitana da capital, Porto Príncipe.
“Nós nos tornamos um”, disse Chérizier. “Amamos muito a vida”, acrescentou.
O líder do G9 pediu ao Ministério da Educação para reabrir as escolas, em Cité Soleil e noutras favelas, encerradas por causa da violência, que desalojou quase 200 mil haitianos, cujas casas foram incendiadas.
As autoridades acusam o antigo agente da Polícia de ser o mentor de vários massacres nos últimos anos e de organizar um bloqueio de combustível no ano passado que paralisou o Haiti durante quase dois meses.
Chérizier é o único haitiano sob sanções da ONU, com o Conselho de Segurança a dizer que “se envolveu em actos que ameaçam a paz, a segurança e a estabilidade do Haiti e planeou, dirigiu ou cometeu actos que constituem graves abusos dos direitos humanos”.