O congressista Matt Gaetz, apoiante do ex-presidente Donald Trump, acusa o actual líder da câmara baixa de trabalhar com os democratas para evitar uma paralisação temporária do Governo
O congressista Matt Gaetz divulgou, essa Terça-feira, que irá propor que seja posta à votação “esta semana” a destituição do líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o também republicano Kevin McCarthy.
Gaetz, que falava aos jornalistas à porta do Capitólio, referiu que pretende apresentar uma votação à Câmara dos Representantes (câmara baixa) nos próximos dias para destituir McCarthy.
Este congressista republicano, apoiante do ex-presidente Donald Trump, acusa o actual líder da câmara baixa de trabalhar com os democratas para evitar uma paralisação temporária do Governo.
Gaetz acrescentou que se não tiver os votos necessários para dar luz verde à destituição, tentará quantas vezes forem necessárias. Também essa Segunda-feira, num discurso perante o plenário da câmara baixa, de maioria republicana, Gaetz criticou directamente McCarthy, garantindo que este concede todos os pedidos que a administração democrata solicita.
No Domingo, o congressista já tinha avançado à estação CNN que planeava tomar medidas para afastar McCarhty, depois de o Congresso ter evitado uma paralisação governamental com a aprovação de uma lei que prolonga o financiamento para questões fundamentais por 45 dias, apesar da relutância de “trumpistas” mais radicais como Gaetz.
Matt Gaetz também acusou McCarthy de mentir e de chegar a um “acordo secreto” com os democratas sobre o financiamento futuro para a Ucrânia, ao qual ele e outros republicanos se opõem.
“Para alargar os gastos e as prioridades políticas do [Presidente Joe] Biden, o líder da Câmara dos Representantes deu a Biden o dinheiro que ele pedia para a Ucrânia”, apontou o político ultraconservador, que representa o Estado da Florida.
O acordo alcançado no Sábado dá uma pausa ao Governo, mas deixa os democratas com vários desafios pela frente, especialmente como manter a ajuda a Kiev.
A resolução excluiu a ajuda à Ucrânia solicitada por Biden, que ascendia a 24 mil milhões de dólares (22,7 mil milhões de euros).
O Senado reduziu esses fundos para 6.000 milhões de dólares (5.700 milhões de euros), embora na sua aprovação final, por 88 votos a favor e 9 contra, a prorrogação também não incluísse este financiamento.
Espera-se agora que a Câmara dos Representantes vote um projecto de lei separado para ajudar o país que enfrenta a invasão russa.
O veto à ajuda à Ucrânia na resolução aprovada, no Sábado, partiu da ala mais dura do Partido Republicano, que considera que se está a dar um cheque em branco àquele país sem verificar a utilização que é dada a esses fundos.
Mas Biden garantiu, no Domingo à noite, que os republicanos no Congresso lhe deram a palavra de que manteriam o seu apoio.
“Não podemos permitir que o apoio americano seja interrompido em nenhuma circunstância”, sublinhou o chefe de Estado norte-americano.