De acordo com o Financial Times (FT), o governo libanês estuda um cessar-fogo em conformidade com a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU (CSNU) que pede o desarmamento do movimento militante Hezbollah — apoiado pelo Irão — em áreas ao Sul do rio Litani, que corre cerca de 30 km da fronteira Sul do Líbano.
Segundo a proposta, a ideia é estabelecer um cessar-fogo inicial e 60 dias sem a concessão de liberdade de movimento dos militares israelitas ou permissão de posicionamento de forças estrangeiras dentro do Líbano, além das forças da ONU já estabelecidas na fronteira com Israel.
Mais propensa a aceitar um cessarfogo, Beirute tem se debruçado no novo rascunho a despeito do silêncio de Tel Aviv. Ainda na Sexta-feira (15), o antigo presidente do parlamento libanês, Nabih Berri, disse em entrevista à mídia saudita que a soberania do Líbano não pode enfraquecer, corroborando com o novo rascunho.
Ainda segundo Berri, outro ponto da proposta norte-americana é a composição de uma força-tarefa formada por vários países ainda não identificados para fornecer suporte militar ao Exército do Líbano para além das forças de paz da ONU.
Desta forma, as agressões por parte das Forças de Defesa de Israel (FDI) na região ficariam atravancadas. Mas, apesar das considerações do político libanês, Beirute segue céptica quanto ao comprometimento de Israel com políticas de cessarfogo, acreditando que as chances de um acordo ser alcançado estão “abaixo de zero”.
No início de Novembro, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que um possível acordo teria que restringir o Hezbollah a áreas ao Norte do rio Litani, interromper o rearmamento do grupo e permitir que Israel “agisse vigorosamente” contra qualquer ameaça.
Uma fonte consultada pela apuração do FT, afirmou que o ministro de Assuntos Estratégicos israelita e confidente próximo de Netanyahu, Ron Dermer, visitou Moscovo, Washington e a residência do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, esta semana para discutir os termos de um possível acordo de cessar-fogo no Líbano, afirmando que alguns entendimentos haviam sido alcançados.