O kremlin (presidência russa) confirmou, ontem, a realização, em breve, de uma reunião com os Estados unidos da América (EUA sobre a normalização das relações diplomáticas, que decorrerá em Istambul, na Turquia
“A nossa participação será de acordo com as linhas do Ministério dos Negócios Estrangeiros”, declarou o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa telefónica diária.
Peskov respondeu assim à pergunta sobre quem representaria a Rússia na nova ronda de conversações, que deverá realizar- se a 10 de Abril.
O Ministério Negócios Estrangeiros russo confirmou, posteriormente, que as delegações serão chefiadas pelo embaixador russo nos Estados Unidos, Alexandr Darchiev, e pela sub- secretária de Estado adjunta, Sonata Coulter.
Trata-se dos mesmos negocia- dores que se reuniram no final de Fevereiro em Istambul, onde o formato das negociações a nível de especialistas foi o mesmo, segundo a fonte. O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, indicou, há alguns dias, que a próxima reunião seria na cidade turca, mas não adiantou uma data.
Desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca para o seu segundo mandato presidencial (2025-2029), as negociações entre Washington e Moscovo de- correram, sobretudo, na capital saudita, Riade, e apenas uma vez, no final de Fevereiro, em Istambul. Lavrov, que participou apenas numa dessas reuniões, disse que no próximo encontro seriam abordadas as questões em que Moscovo e Washington ainda se confrontam a nível diplomático, referindo-se ao funcionamento das embaixadas dos dois países.
O Kremlin argumentou que Washington ainda não respondeu às preocupações de segurança da Rússia, o que impede a declaração de um cessar-fogo em terra, mar e ar na Ucrânia, país invadido pelas forças russas desde Fevereiro de 2022. Entretanto, Trump expressou insatisfação com os recentes ataques russos, como o que matou 20 pessoas na semana passada em Kryvyi Rih, a cidade natal do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Até agora, a Rússia rejeitou um cessar-fogo e declarou, a 18 de Março, apenas uma trégua de 30 dias a ataques às infraestruturas energéticas ucranianas, a que Kiev aderiu uma semana depois. No entanto, nas últimas semanas, os dois países têm trocado acusações sobre o desrespeito desta trégua.