A presidência russa (Kremlin) condenou, ontem, a invasão das instituições de poder do Brasil por partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro e garantiu que “apoia totalmente” o actual líder brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
“Condenamos, veementemente, as acções dos instigadores da agitação e apoiamos totalmente o presidente brasileiro, Lula da Silva”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
No Domingo, em nome dos 27 Estados-membros da União Europeia, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, já tinha manifestado o seu “total apoio” ao Presidente do Brasil e condenado o ataque à sede dos três poderes do Estado, em Brasília.
“A União Europeia reitera o seu total apoio ao presidente Lula e ao sistema democrático brasileiro e expressa solidariedade para com as instituições democráticas que são objecto deste ataque”, disse Borrell.
Milhares de apoiantes do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, invadiram no Domingo a sede do Congresso Nacional e, sucessivamente, o Palácio do Planalto, sede do Governo, e o edifício do Supremo Tribunal Federal, na capital brasileira. Depois de furarem as barreiras de segurança no exterior, os manifestantes pró-Bolsonaro invadiram os edifícios das três instituições que acolhem os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário num protesto violento na capital Brasília, onde não se encontrava o presidente.
Imagens transmitidas em directo nas redes sociais mostraram vários manifestantes no interior dos três edifícios públicos,deixando um rasto de destruição, sem que fosse visível qualquer tentativa das autoridades para repor a ordem nas primeiras horas.
Os radicais, que não reconhecem o resultado das eleições presidenciais de 30 de Outubro, nas quais Lula derrotou Bolsonaro por poucos votos, pediram uma intervenção militar para derrubar o presidente brasileiro.
A Polícia Militar conseguiu recuperar das três instituições desocupar totalmente a Praça dos Três Poderes, numa operação que resultou em pelo menos 300 detenções.