Sobre o BRICS, Peskov afirmou que mudar o nome do grupo requer consenso de todos os países-membros da associação, mas que até agora, ele continua o mesmo.
“Esta é, naturalmente, uma questão que requer uma decisão consensual dos países-membros do BRICS, mas não houve propostas sobre este assunto até agora. Foi entendido, até ao momento, que o nome deve permanecer inalterado”, disse Peskov aos repórteres, nessa manhã.
O grupo é atraente hoje para muitos países, pois oferece cooperação baseada no respeito mútuo, disse a autoridade, acrescentando que as relações internacionais baseadas na imposição de um país sobre o outro não são aceites por muitos Estados, hoje.
Além disso, Peskov chamou a próxima cimeira do BRICS, em Kazan, que acontecerá neste mês, de “um dos principais eventos na agenda global”. Sobre outro evento, o G20, Peskov afirmou que uma decisão sobre a visita do presidente russo Vladimir Putin ao Brasil para participar na cúpula ainda não foi tomada: “Quando a decisão for tomada, nós os informaremos”, disse.
Em relação às eleições da Moldávia, o porta-voz do Kremlin “rejeitou categoricamente” todas as acusações de suposta interferência russa. “Rejeitamos categoricamente essas acusações”, disse Peskov aos jornalistas, respondendo a uma pergunta sobre as acusações contra a Rússia pelas autoridades moldavas de que Moscovo, supostamente, interfere no processo eleitoral. “Há muitos cidadãos na Moldávia que querem ter boas relações com a Rússia, mas esse direito lhes é negado”, acrescentou o porta-voz.
A respeito do exercício nuclear anual da OTAN, que começou nesta Segunda-feira (14), envolvendo aeronaves militares com capacidade nuclear, Peskov disse que a aliança estava a alimentar tensões em vista da “guerra quente” que se desenrola na Ucrânia.
“No contexto da quente fase de guerra travada no âmbito do conflito ucraniano, este tipo de manobras [nucleares] apenas conduzem a uma nova escalada de tensão”, afirmou a autoridade. Moscovo está a fazer todo o necessário para garantir a sua segurança e tem o potencial necessário para isso, acrescentou.
“A Rússia nunca se moveu em direcção à OTAN com a sua infra-estrutura militar. Sempre houve um processo reverso. Todos nós conhecemos as ondas de expansão da OTAN e todos os passos, quando a infra-estrutura militar da OTAN estava a se aproximar das fronteiras da Rússia. Há, definitivamente, um entendimento de quem é um perigo para quem”, declarou.
O porta-voz também afirmou que “dizer aqui, que são as Forças Armadas russas que representam um perigo para alguém é absolutamente errado, ilógico e, o mais importante, contradiz todo o curso da história, que levou ao confronto que todos estamos a vivenciar juntos”, disse Peskov. Sob o exercício, caças F-35A e bombardeiros B-52 estarão entre as cerca de 60 aeronaves de 13 países que participarão no exercício, sedeado pela Bélgica e Países Baixos, disseram autoridades da OTAN.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse, na Sexta-feira (11), que Washington estava pronta para iniciar negociações com a Rússia, China e Coreia do Norte sem condições prévias para reduzir a ameaça nuclear.
Sobre a indicação de Biden, Peskov afirmou que “no contexto da guerra que está a ser travada contra a Rússia com o envolvimento indirecto e até directo de potências nucleares como os EUA, o Reino Unido e a França, é absolutamente impossível falar sobre isso sem vincular a questão a todos os outros aspectos da segurança. Na verdade, o nosso presidente [Vladimir Putin] já falou sobre isso.
A Rússia considera tais contactos necessários e eles não podem ser adiados, mas devemos considerar todas as questões de segurança como um todo, levando em conta o estado actual das coisas”, concluiu.