“Este ataque atroz deve recordar a todos no mundo que a Ucrânia continua a necessitar, urgentemente, de sete sistemas Patriot”, referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, em mensagem nas redes sociais, enquanto agradecia o compromisso do Governo alemão em enviar uma destas unidades e exortava outros países a adoptarem a mesma decisão.
Kuleba dirigiu-se, expressamente, aos países que possuem este tipo de defesa aérea, com capacidade para derrubar a maioria dos mísseis do arsenal russo.
“Uma vez mais peço aos países que possuem Patriots que acelerem as decisões e entreguem estes sistemas à Ucrânia”, afirmou Kuleba.
“São necessários agora, e não para amanhã. Infelizmente, as meras palavras de solidariedade não interceptam mísseis russos”, assinalou o chefe da diplomacia ucraniana.
De acordo com o último balanço oficial, sete pessoas foram mortas em Kharviv – a segunda maior cidade do país após a capital Kiev – no ataque russo com mísseis S-300, que atingiram uma empresa gráfica da cidade.
Situada perto da fronteira com a Rússia, Kharkiv tem sido alvo desde o final de 2023 de frequentes bombardeamentos do Exército russo, que em 13 de Maio abriu nova frente a apenas algumas dezenas de quilómetros a Norte da cidade, após atravessar a fronteira e assumir o controlo de parte do território ucraniano limítrofe.
O Presidente Volodymyr Zelensky – que há um mês indicou serem necessários pelo menos sete sistemas Patriot para o seu Exército – tinha previamente criticado governos e instâncias internacionais pela falta de determinação no envio do armamento de defesa antiaérea que o país necessita.
Zelensky indicou que a Rússia lançou o seu ataque de hoje [ontem] contra Kharkiv a partir do seu lado da fronteira e lamentou que a maioria dos aliados da Ucrânia continue a proibir que utilize o seu armamento para atingir objectivos militares em território da Federação da Rússia.
O Presidente ucraniano também recriminou a “comunidade internacional” pela sua “debilidade” face ao “terror” russo.
A Ucrânia tem garantido uma substancial ajuda financeira e armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de Fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têmse confrontado com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais e que teriam sido ultrapassadas.