O juiz pediu a Trump e à equipa de defesa para que falassem mais baixo durante o depoimento da testemunha. As respostas dadas pelo avaliador imobiliário no tribunal irritaram o antigo Presidente
Donald Trump foi mandado calar pelo juiz, durante o julgamento por fraude fiscal de que é alvo.
O antigo Presidente exaltou-se e começou a comentar com os seus advogados o depoimento contra si do avaliador imobiliário Doug Larson. O juiz Arthur Engoron pediu a Trump e à equipa de defesa para que falassem mais baixo, “em particular se influenciar o depoimento” em curso da testemunha, avança o The Guardian.
O aviso surgiu, depois do advogado de acusação, Kevin Wallace, alertar o juiz para os comentários de Trump, que eram audíveis até no local onde a testemunha estava. O momento aconteceu durante o segundo dia de depoimento do avaliador imobiliário Doug Larson.
As respostas de Larson foram irritando o antigo Presidente norte-americano, que acabou por atirar as mãos ao ar. O testemunho de Larson já tinha sido tenso no primeiro dia.
Na Terça-feira, o avaliador garantiu que nunca foi consultado ou deu autorização ao antigo administrador da Organização Trump, Jeffrey McConney, para ser citado como um especialista externo nas declarações de avaliação usadas para determinar o património financeiro do magnata.
A defesa acusou Larson de estar a mentir e apresentou uma troca de emails entre o avaliador imobiliário e McConney, com cerca de 10 anos.
Os advogados de Trump chegaram mesmo a sugerir que Larson estava a cometer perjúrio, lembrando que a testemunha tem o direito a não se auto-incriminar.
Esta declaração levou o procurador Colleen Faherty a acusar o advogado de “intimidação à testemunha”.
Durante o intervalo do julgamento, Trump deu uma conferência de imprensa, onde voltou a afirmar que “o Governo mentiu” e que não “revelaram a informação toda que tinham”.
“Eles não revelaram todas as provas que me tornam totalmente inocente de tudo o que eles dizem”, acrescentou. Donald Trump e a sua família são acusados de inflacionar, de forma propositada, os valores do seu património imobiliário.
A defesa do antigo Presidente tem garantido que os valores referidos são exactos e que, se existe alguma discrepância, a responsabilidade não é de Trump, mas de outros agentes.
No pré-julgamento, o juiz Engoron decretou que um administrador nomeado pelo tribunal assumisse o controlo de algumas empresas do império Trump.
No entanto, a decisão foi bloqueada, temporariamente, devido a um recurso interposto num tribunal de apelação.