O secretário-geral da ONU disse que o ataque do Hamas a Israel ocorreu após décadas de ocupação sufocante perpetrada contra o povo palestiniano.
O governo israelita anunciou, nessa Quarta-feira (25), que vai suspender os vistos para funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) em retaliação a declarações proferidas pelo secretário-geral da organização, António Guterres.
Na última Terça-feira (24), numa sessão da ONU para discutir a situação na Faixa de Gaza, Guterres afirmou que o ataque do Hamas do dia 7 de Outubro ocorreu após décadas de ocupação sufocante perpetrada por Israel contra o povo palestiniano. “Temos também de reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram no vácuo.
O povo palestiniano está há 56 anos sujeito a uma ocupação sufocante. Viram as suas terras serem de voradas por assentamentos e devastadas por violência. A sua economia foi destruída, as suas populações deslocadas e as suas casas demolidas.
A sua esperança para uma solução política para os seus problemas está a desvanecer”, disse o secretário-geral. A declaração causou furor entre as autoridades israelitas.
Após o pronunciamento de Guterres, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, pediu a exoneração do secretário-geral. E nessa Quarta-feira, em entrevista à rádio do Exército israelita, ele informou que Israel vai suspender a emissão de vistos para funcionários da organização.
“Como resultado disso [declarações de Guterres], recusaremos vistos aos representantes da ONU”, disse Erdan.
A medida vem na esteira das críticas das Forças de Defesa de Israel (FDI) à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês).
Na Quarta-feira, a agência publicou uma postagem na rede social X (antigo Twitter), alertando que as equipas da agência teriam de suspender o trabalho de assistência humanitária na Faixa de Gaza por falta de combustível.
As FDI replicaram a publicação, com uma legenda na qual afirmavam que o combustível está dentro do enclave.
“Eles guardam mais de 500 mil litros de combustível. Perguntem ao Hamas se vocês podem usar um pouco”, dizia o post.