Israel propôs ao Egipto e ao Qatar, os principais mediadores no conflito com o Hamas, um acordo que prevê a libertação de mais de 130 reféns, de forma faseada, em troca de um cessar-fogo de até dois meses e a libertação de prisioneiros palestinianos.
Segundo o jornal norte-americano Axios, que cita duas fontes israelitas, as forças do país seriam, também, desmobilizadas dos principais centros populacionais da Faixa de Gaza, permitindo um “regresso gradual” de civis palestinianos para a cidade de Gaza e para o Norte do enclave.
Ao fim dos propostos dois meses de cessar-fogo, as operações militares israelitas em Gaza seriam “significativamente menores em dimensão e intensidade”, comparativamente à actualidade, asseguraram ainda as mesmas fontes.
Afirmaram, no entanto, que a proposta não prevê nem o fim da guerra, nem a libertação dos 6 mil palestinianos presos em prisões israelitas.
Segundo a agência Al Jazeera, o grupo islamita Hamas já afirmou, no passado, que, em troca da libertação de reféns mantidos em Gaza, está a exigir um fim completo da guerra e a libertação de todos os prisioneiros palestinianos.
Em Israel, o governo de Telavive está ainda a ser fortemente pressionado por familiares dos reféns em Gaza, apelando a um acordo imediato para os ver libertados.
Israel calcula que cerca de 136 reféns israelitas – incluindo cerca de 25 mortos – ainda se encontram retidos na Faixa de Gaza e, nos últimos dias, as famílias intensificaram os protestos junto de Netanyahu para que este chegue a um acordo e tome medidas para a sua libertação.
O primeiro-ministro mostrou-se relutante em chegar a um acordo com o Hamas e defendeu a pressão militar como forma de garantir a sua libertação.
No final de Novembro do ano passado, durante uma semana de tréguas, foram libertados 105 prisioneiros, num acordo de tréguas que incluía também a libertação de 240 prisioneiros palestinianos.
A nova proposta de Israel incluiria a libertação de todos os reféns vivos e a devolução dos corpos dos mortos, e seria dividida em fases que poderiam durar até dois meses.
Uma primeira fase incluiria a libertação de mulheres cativas, homens com mais de 60 anos e reféns em estado grave de saúde.
A fase seguinte incluiria a libertação de pessoas com menos de 60 anos, soldados e reservistas, e a devolução dos corpos das dezenas de mortos ainda detidos na Faixa de Gaza.
O jornal Walla refere ainda que Israel e o Hamas deverão chegar a acordo prévio sobre o número de prisioneiros palestinianos a libertar em troca da libertação de cada cativo, além de uma possível retirada faseada do exército de partes de Gaza.
Por sua vez, à medida que o acordo for implementado, permitirá o regresso gradual dos palestinianos deslocados internamente à cidade de Gaza e ao Norte da Faixa.
Israel ainda aguarda uma resposta do Hamas à proposta, embora as fontes citadas indiquem que há “algum optimismo” de que seja possível avançar neste quadro.