Israel anunciou, ontem, a retirada do seu embaixador na África do Sul, depois de Pretória ter chamado todos os diplomatas destacados em Israel e na véspera de uma cimeira virtual do BRICS sobre a guerra em Gaza.
“Na sequência das últimas declarações sul-africanas, o embaixador israelita em Pretória foi chamado a Jerusalém para consultas”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lior Haiat, na rede social X (antigo Twitter), sem especificar a natureza dessas declarações.
Os líderes do grupo de países emergentes BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin, vão reunir-se virtualmente na Terça-feira para discutir “a situação em Gaza e no Médio Oriente”.
Os BRICS defendem um equilíbrio mundial mais inclusivo, menos influenciado pelos Estados Unidos e pela União Europeia em particular. Esta “reunião conjunta extraordinária” sobre Gaza será liderada pelo chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, presidente em exercício do BRICS, anunciou a presidência sul-africana num comunicado de imprensa.
A África do Sul é um dos países mais críticos do bombardeamento maciço da Faixa de Gaza por Israel, em represália pelos ataques sangrentos do movimento islamita palestiniano Hamas, em 07 de Outubro.
Em 06 de Novembro, Pretória anunciou a decisão de chamar os seus diplomatas destacados em Israel para consultas, para “assinalar” a sua “preocupação”.
“Como sabem, estamos extremamente preocupados com os contínuos assassínios de crianças e civis inocentes nos Territórios Palestinianos e acreditamos que a resposta de Israel se tornou um castigo colectivo”, afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros sul-africana, Naledi Pandor.
Há muito que Pretória é um sólido apoiante da causa palestiniana, com o ANC, o partido no poder desde o advento da democracia no país, a estabelecer frequentemente paralelos com a sua própria luta histórica contra o regime de segregação racial ‘apartheid’.