Criação de Guarda Nacional apenas para “agitação árabe” vem sendo defendida pelo ministro da Segurança Nacional e líder da extrema-direita, Itamar Ben Gvir, desde o ano passado. Com a aprovação, ontem, (2), oposição diz que “fantasias delirantes de pessoas delirantes” são promovidas pelo governo.
Israel aprovou neste Domingo (2) a criação de uma Guarda Nacional dentro do Ministério da Segurança Nacional, que é chefiado por Ben Gvir.
Ben Gvir disse que a guarda se concentrará na “agitação árabe”, enquanto rivais políticos o acusaram de montar uma “milícia” sectária, relata o The Times of Israel.
Segundo a mídia, espera-se que a força controversa inclua 2 mil militares que se reportarão directamente a Ben Gvir e terão a tarefa de combater o “crime nacionalista” e o terrorismo e “restaurar a governança quando necessário”.
O líder da oposição, Yair Lapid, denunciou as prioridades do governo como “ridículas e desprezíveis” e criticou os ministros por votarem para “financiar um Exército privado de bandidos para o palhaço do TikTok”.
“O governo existe há três meses e a única coisa que lhe interessa é pisotear a democracia e promover as fantasias delirantes de pessoas delirantes”, disse Lapid citado pela mídia.
O comissário da Polícia israelita, Kobi Shabtai, alertou numa carta a Ben Gvir na semana passada que separar a nova força da Polícia prejudicará, gravemente, a segurança pública e causará caos na aplicação da lei, alertando para “consequências desastrosas”, acrescentando que nenhum benefício concreto foi delineado, enquanto a mudança poderia ter “custos muito pesados que poderiam prejudicar a vida pessoal e a segurança dos cidadãos”.
Porém, o escritório de Ben Gvir rejeitou a carta de Shabtai classificando-a como uma “guerra de ego” com a Polícia, a dizer que a “burocracia policial” estava a atrasar o plano de formar uma Guarda Nacional.
O Canal 12 israelita informou, no Sábado, que, nas fileiras da Polícia, os planos para uma guarda nacional são vistos como uma “catástrofe”, reporta o Times of Israel.
O país está a viver uma verdadeira turbulência política com a tentativa do governo de aprovar uma nova reforma judicial que está a ser rejeitada amplamente pela população.
Segundo a mídia israelita, anteontem (1º), cerca de 170.000 até 200.000 marcharam pelas ruas do país rechaçando a reforma, mesmo após o governo anunciar que a sua votação foi adiada para Julho, conforme noticiado.