O encarregado de Negócios da Embaixada de Israel em Angola, Roey Gillad, declarou a disposição do seu país para entregar a gestão de Gaza a uma organização internacional ou outra equivalente, no termo do ac- tual conflito com o Hamas
O diplomata israelita disse, em Luanda, à Angop, que o seu país “não tem” a intenção de governar a Faixa de Gaza. “Não temos a intenção de ocupar e governar a Faixa de Gaza, mas sim eliminarmos o grupo terrorista Hamas para termos segurança em Israel”, frisou.
Roey Gillad reafirmou que Israel só vai parar a guerra depois de “eliminar o Hamas e libertar todos os reféns vivos”.
De acordo com o diplomata, Israel não contava com a intenção do grupo Hamas de atacar o país, mas acreditava que podia coabitar com este último, apesar dos seus “ideais radicalistas”.
Para sustentar o seu ponto de vista, lembrou que o Hamas ocupou a Faixa de Gaza, em 2006, e desde então tem levado a cabo acções para “derrubar” o Estado judaico.
Todavia, disse, o Governo israelita aceitou iniciar negociações e fazer algumas cedências, visando melhorar as condições de muitos palestinianos da Faixa de Gaza que entravam e trabalhavam diariamente em Israel.
O objectivo era contribuir para melhorar as condições de vida desses palestinianos, num esforço para dissuadi-los de aderir à violência e ao ódio contra o povo judaico, “mas fomos traídos”, referiu.
Roey Gilad disse ainda que, depois do ataque do Hamas, a 07 de Outubro de 2023, que fez mais de 1300 mortos e 250 reféns, entre israelitas e estrangeiros, Israel decidiu lançar uma operação para a eliminação total do Hamas, em Gaza, e a libertação de todos os reféns ainda cativos.
Alcançados estes dois objectivos, prosseguiu, Israel estaria disposto a entregar Gaza a uma organização internacional ou outra equivalente para assegurar a sua gestão e garantir “o que aconteceu a 07 de outubro de 2023 não se repita”.
O diplomata disse desconhecer a data do fim do actual conflito, mas manifestou receios de que este se possa alastrar por toda a região do Médio Oriente, com o envolvimento do Irão, que acusou de apoiar vários grupos terroristas e rebeldes, incluindo o Estado Islâmico, o Hezbollah, os Hutis e os Xiitas.
“É uma preocupação de Israel e da comunidade internacional evitar que o conflito se alastre em todo Médio Oriente”, salientou.
Quanto à mediação para pôr fim ao conflito entre Israel e o Hamas, na Faixa Gaza, reafirmou que o plano de Israel não se limita à entrega de prisioneiros por parte do Hamas, mas passa pela extinção do Hamas que “tem mais de 20 ou 30 mil homens escondidos em túneis”.
Sobre a troca de prisioneiros, deu a conhecer, Israel tem cerca de cinco mil presos que o Hamas quer ver libertados, “para depois integrarem a posterior as suas fileiras como aconteceu com o cérebro do ataque” de 07 de Outubro passado.