Os três países querem enviar “uma mensagem aos palestinianos e a todo o mundo: o terrorismo compensa”, reagiu o chefe da diplomacia israelita, Israel Katz, citado pela agência francesa AFP.
“Depois de a organização terrorista Hamas ter perpetrado o maior massacre de judeus desde o Holocausto, depois de ter cometido os crimes sexuais mais horríveis que o mundo alguma vez conheceu, estes países optaram por recompensar o Hamas (…) e reconhecer um Estado palestiniano”, afirmou.
O Estado de Israel considera o grupo extremista palestiniano Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, como uma organização terrorista. Katz referia-se ao ataque realizado pelo Hamas em Israel em 07 de Outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, de acordo com as autoridades de Israel.
O Governo israelita, liderado por Benjamin Netanyahu, prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma ofensiva militar contra Gaza que provocou mais de 35.700 mortos em mais de sete meses, segundo as autoridades do enclave palestiniano.
Os governos de Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram ontem que vão oficializar o reconhecimento do Estado da Palestina na próxima terça-feira, 28 de Maio.
O anúncio foi saudado pelos dirigentes palestinianos e criticado pelo Governo israelita, que chamou os seus embaixadores nos três países e convocou os homólogos em Jerusalém.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita disse que os embaixadores europeus iriam assistir a um vídeo do ataque do Hamas de 07 de Outubro, segundo a agência norte-americana AP.
“A História recordará que a Espanha, a Noruega e a Irlanda decidiram atribuir uma medalha de ouro aos assassinos e violadores do Hamas”, afirmou Katz.
Também em resposta aos anúncios feitos na Europa, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita, fez uma visita provocatória ao complexo da mesquita de AlAqsa.
A chamada Esplanada das Mesquitas é uma zona sagrada de Jerusalém para muçulmanos e judeus, que o designam por Monte do Templo, e visitas do género causaram no passado tensões na região.
“Não permitiremos qualquer proposta que inclua sequer a declaração de um Estado palestiniano”, afirmou Ben Gvir num vídeo gravado na Esplanada das Mesquitas que divulgou nas redes sociais.
Na mesma altura, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciava que Madrid também vai reconhecer a Palestina como Estado no dia 28 de Maio.
Na União Europeia, nove Estadosmembros reconhecem a Palestina: Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Malta, Polónia, Roménia e Eslováquia.
A decisão destes países foi tomada antes de aderirem ao bloco europeu, enquanto a Suécia reconheceu a Palestina em 2014, cumprindo uma promessa eleitoral dos sociais-democratas então no poder.