O primeiro-ministro irlandês pediu ontem uma revisão urgente do Acordo de Associação entre a União Europeia (UE) e Israel, depois de advertir que Gaza enfrenta uma “catástrofe humanitária prolongada” ao aproximar-se do “marco terrível” de 40 mil mortos
O chefe do governo de coligação dos democratas-cristãos, centristas e verdes de Dublin afirmou que o mundo está “à beira de um momento horrível”, em resposta ao ataque israelita a uma escola de Gaz, no sábado, que matou mais de 100 pessoas – incluindo 19 milicianos do Hamas, segundo Israel – e feriu dezenas. Segundo as autoridades locais, a referida escola servia de abrigo para as pessoas deslocadas pela guerra.
Simon Harris considerou a acção “repulsiva”, recordando que 490 escolas da Faixa de Gaza foram “bombardeadas ou danificadas” desde o início da guerra, em Outubro passado, na sequência de ataques terroristas do Hamas em território israelita.
Tal como fez com Espanha em Maio passado, o “taoiseach” (primeiro-ministro) voltou a pedir ao Conselho de Associação UE-Israel que analise se Telavive respeita os direitos humanos de acordo com as suas obrigações no âmbito do acordo.
“O acordo contém cláusulas relativas aos direitos humanos e não creio que seja aceitável que a UE continue a considerá-las redundantes”, afirmou Harris. Harris disse estar “chocado” com os “numerosos e indubitáveis crimes de guerra” cometidos em Gaza, mas advertiu que “não haverá impunidade” e que os responsáveis devem ser levados à justiça.
A este respeito, Harris insistiu que todas as ordens jurídicas vinculativas emitidas pelo Tribunal Internacional de Justiça devem ser integralmente aplicadas. O primeiro-ministro da Irlanda concluiu a sua mensagem apelando a um cessar-fogo imediato, à libertação incondicional dos “reféns israelitas” e a que a ajuda humanitária chegue a Gaza sem entraves.