O Iraque lançou ontem, Quinta-feira, no deserto, a derradeira operação militar para eliminar os últimos redutos do grupo extremista Estado Islâmico no país
“O exército, a Polícia Federal e [as forças paramilitares do] Hachd al-Chaabi deram início, na manhã de ontem, uma vasta operação para ‘limpar’ a região [desértica] de Al-Jazira, que se estende pelas províncias de Salaheddine, de Ninive e de Al-Anbar”, anunciou o general Abdelamir Yarallah, do Comando Conjunto das Operações (JOC), que integra as forças que combatem o Estado Islâmico (EI) no Iraque.
Trata-se da segunda fase da ofensiva lançada para ‘limpar’ zonas desérticas no Oeste do Iraque, na fronteira com a Síria, de membros do grupo extremista EI. Em comunicado, o JOC indicou que, em breve, irá emitir mais detalhes sobre a operação em curso.
Terça-feira, o primeiro-ministro iraquiano, Haidar al Abadi, afirmou que “em breve” anunciaria o final das operações militares no deserto ocidental, para “garantir as fronteiras” do país, e declarar “o dia da vitória de todos os iraquianos”. Al Abadi, também líder das Forças Armadas, esclareceu nesse dia, na conta oficial na rede Twitter, que tinham acabado “militarmente com o Daesh [acrónimo em árabe de Estado Islâmico] no Iraque” e que os povos e cidades iraquianos tinham sido libertados.
Não obstante isso, há ainda uma área despovoada do Noroeste do Iraque, junto à fronteira com a Síria, que não se encontra sob controlo das forças governamentais que têm vindo a apertar o cerco aos extremistas, avançando no Norte, em Ninive, e a Oeste, em Al-Anbar.
Ao longo do ano passado, as tropas e milícias iraquianas, apoiadas pela coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, recuperaram das mãos do EI, quase a totalidade dos seus domínios no Iraque, incluindo a sua “capital”, Mossul, no Norte do país, expulsando em Julho os extremistas na sequência de uma intensa ofensiva de mais de nove meses.
O Irão anunciou, Terça-feira passada, a derrota do Estado Islâmico na Síria, após a conquista da cidade de Albukamal. Nos últimos anos, o Irão apoiou o regime do Presidente sírio, Baschar al Assad, com assessores militares e principalmente com com elementos da Guarda da Revolução e combatentes voluntários xiitas.