O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, era esperado, essa Quintafeira, em Paris, para se encontrar com o Presidente francês, Emmanuel Macron. Na agenda, constam as tensões crescentes em torno do Irão e a violência israelo-palestiniana
A deslocação oficial, entre Quinta-feira e Sábado, acontece num momento em que continua a indignação popular em Israel contra a proposta de reforma judicial que quer limitar os poderes de fiscalização do Supremo Tribunal, reforçar os poderes parlamentares e dar ao governo controlo sobre as nomeações judiciais, numa tentativa de subjugar o poder judicial quando Benjamin Netanyahu está a ser julgado em três casos, acusado de fraude, abuso de confiança e corrupção.
Por outro lado, nos últimos tempos têm-se intensificado os confrontos entre israelitas e palestinianos. Há uma semana, 10 pessoas morreram numa operação israelita num campo de refugiados de Jenine, na Cisjordânia.
No dia seguinte, sete pessoas morreram num ataque palestiniano no sector ocupado por Israel em Jerusalém Leste.
No Domingo e na Segunda-feira, forças israelitas mataram dois palestinianos na Cisjordânia.
Um comunicado da presidência francesa fala na possibilidade de Paris contribuir para a retoma do diálogo entre palestinianos e israelitas, mas Israel quer é que o Ocidente acentue a pressão sobre o Irão.
Para tal, poderá servir-se do conflito Rússia-Ucrânia já que Teerão tem apoiado a Rússia com equipamento militar e, pela primeira vez, essa Quarta-feira, Netanyahu anunciou que está disponível para considerar o fornecimento de armas à Ucrânia.
Além do jantar, essa Quinta-feira, com Emmanuel Macron, o primeiro-ministro israelita vai reunir-se com personalidades do mundo da finança, numa altura em que houve empresas a ameaçarem deixar Israel por temerem desvios anti-democráticos da reforma judicial e da própria coligação de partidos de direita, extrema-direita e judeus ultra-ortodoxos.