O Irão afirmou, ontem, que as suas forças de segurança desmantelaram 10 células terroristas desde o duplo ataque suicida na cidade de Kerman (Sul), que causou 94 mortes no início do mês.
“Desde a operação terrorista de Kerman, mais de 10 células terroristas foram identificadas e desmanteladas pelas agências de inteligência”, disse o vice-ministro do Interior iraniano, Majid Mirahmadi, segundo a agência de notícias iraniana Fars.
Mirahmadi não deu mais informações sobre quais grupos terroristas envolvidos, mas apontou o Ocidente por supostamente apoiar grupos, e em particular Israel, país que descreveu como “a cabeça do dragão do Estado Islâmico (EI)”.
Há dois dias, o Ministério dos Serviços Secretos iranianos anunciou a morte, num confronto com as forças de segurança, de “dois terroristas” do EI ligados ao duplo ataque suicida em Kerman.
Segundo a versão das autoridades, os “dois terroristas” entraram no país após o duplo atentado suicida perpetrado em Kerman no dia 3 de Janeiro com a intenção de realizar dois ataques, um assalto a uma esquadra da Polícia e uma emboscada numa estrada.
Paralelamente, um número desconhecido de membros do EI foram detidos e transferidos para centros da detenção. Pelo menos 94 pessoas morreram num duplo ataque suicida em Kerman, perto do túmulo de Qasem Soleimani, um general iraniano que chefiou aForça Quds da Guarda Revolucionária até ser morto pelos EUA, em 2020, num atentado bombista no Iraque.
O grupo terrorista EI assumiu a responsabilidade pelo ataque, um dos ataques mais brutais contra civis cometidos em décadas no Irão, poucas horas após as explosões.
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, apelou ao “esmagar” dos responsáveis “ocultos” pelo ataque, numa aparente referência aos Estados Unidos e a Israel.
O ataque de Kerman foi a justificação de Teerão para bombardear a Síria e o Iraque com mísseis balísticos, onde quatro pessoas morreram.