“Se cometerem um erro e atacarem os nossos alvos, seja na região ou no Irão, voltaremos a atacá-los dolorosamente”, declarou o general Salami, chefe dos Guardas da Revolução, força da República Islâmica do Irão, segundo a AFP.
Em 1 de Outubro, o Irão disparou cerca de 200 mísseis contra Israel, incluindo, pela primeira vez, vários mísseis hipersónicos. Estes ataques foram apresentados por Teerão como uma represália pelo assassinato, em Julho, na capital iraniana, do antigo chefe do movimento palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, que foi atribuído a Israel.
O Irão afirmou ter agido, igualmente, em resposta à morte de um general iraniano, num ataque no Líbano, no final de Setembro e que também custou a vida ao antigo líder do Hezbollah.
Hassan Nasrallah dirigiu o movimento islamista libanês, apoiado financeira e militarmente pelo Irão, durante mais de 30 anos. Israel prometeu fazer com que o Irão “pague o preço” pelo ataque.
Salami fez a declaração em Isfahan (centro do Irão) no funeral do General Abbas Nilforoushan, um dos principais comandantes de uma unidade de elite dos Guardas da Revolução, morto durante um ataque israelita no Líbano no final de Setembro.
Durante o discurso, criticou a recente entrega, pelos Estados Unidos, do sistema Thaad (High Altitude Missile Defence) a Israel, acrescentando que é um “escudo pouco fiável”.
“Conhecemos as vossas fraquezas, vocês sabem disso. Sabem como são vulneráveis”, disse. Estes comentários foram feitos numa altura em que o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, intensifica as consultas diplomáticas numa tentativa de aliviar as tensões regionais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão fez visitas sucessivas ao Líbano, à Síria, à Arábia Saudita, ao Qatar, ao Iraque e a Omã, país que, geralmente, serve de intermediário nas conversações indirectas com os Estados Unidos.
Na Quarta-feira, Araghchi deslocou-se à Jordânia antes de chegar ao Egipto, pela primeira vez em quase 12 anos para um ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano.