Um clima de medo está a crescer entre activistas em Moçambique, depois do rapto e espancamento de um comentador político, a 27 de Março, refere a organização de defesa de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) em comunicado.
“A falha das autoridades em investigar com credibilidade” agressões contra “críticos do Governo” criou “um clima de medo entre os activistas moçambicanos”, refere o documento.
O ataque a Ericino de Salema, em Maputo, foi seguido por relatos de activistas de intimidação e ameaças por supostos membros das forças de segurança de Moçambique, acrescenta.
“Seis activistas disseram à Human Rights Watch que estavam a viver com medo, depois de receber mensagens ameaçadoras por criticar o governo”, especifica a organização.
Dois dos activistas disseram ter sido forçados a mudar de residência, a usar carros diferentes e a mudar rotinas “depois de perceberem que havia veículos sem matrícula a segui-los ou estacionados fora de suas casas por várias horas”.
Dewa Mavhinga, director da Human Rights Watch na África Austral, considera que “as autoridades moçambicanas devem agir rapidamente para recolher evidências sobre o espancamento de Salema e prender os responsáveis”, disse.
A responsabilização de quem cometeu o crime “enviará uma mensagem forte para todos, inclusive nas forças de segurança, que querem criar uma atmosfera de medo.”