A imprensa israelita noticiou que as sirenes de ataque aéreo soaram na cidade de Netanya e noutras localidades no centro de Israel, segundo Reuters. O exército israelita afirmou ter interceptado projécteis disparados do Líbano para o centro de Israel.
O Hezbollah disse também que atacou, ontem, soldados israelitas que tinham avançado para a aldeia fronteiriça de Maroun al-Ras, no Sul do Líbano, onde o exército israelita afirma estar a efectuar incursões terrestres.
O grupo libanês pró-iraniano afirmou que os seus combatentes “dispararam projécteis de artilharia contra uma concentração de soldados inimigos” na aldeia. Ameaçou com novos ataques se Israel prosseguisse com a ofensiva no Sul do Líbano.
“Mantemo-nos vigilantes e preparados para defender o nosso país”, disse o Hezbollah no comunicado, citado pela agência francesa AFP. Os ataques reivindicados,ontem, pelo Hezbollah sucedem-se ao realizado, no Domingo, contra uma base militar a Sul da cidade de Haifa, que matou quatro soldados israelitas.
Foi o ataque mais mortífero em Israel desde que o movimento armado xiita e o exército israelita entraram em guerra aberta, em 23 de Setembro. O chefe do Estado-Maior israelita, Herzi Halevi, descreveu o ataque como doloroso.
Apoiado pelo Irão e aliado do Hamas palestiniano, o Hezbollah avisou que o ataque era uma amostra do que Israel teria de enfrentar se continuasse as operações militares no Líbano.
O exército israelita disse que o ataque de Domingo à noite visou um campo de treino em Binyamina, a Sul de Haifa, uma grande cidade no Norte de Israel. Uma fonte militar disse à AFP que o ataque, efectuado por um ‘drone’, no Domingo à noite, atingiu o refeitório da base militar. De acordo com a United Hatzalah, uma organização voluntária de socorro, mais de 60 pessoas ficaram feridas no ataque.
O Hezbollah afirmou que os seus combatentes tinham disparado “um esquadrão de ‘drones’ explosivos” contra um campo de treino. O grupo libanês disse tratar-se de uma “operação complexa”, porque implicou lançar simultaneamente dezenas de mísseis nas regiões de Nahariya e Acre para “distrair os sistemas de defesa aérea israelitas”.
Os ‘drones’ conseguiram contornar os radares israelitas e “atingir o seu alvo”, segundo o movimento xiita. Depois de ter enfraquecido o Hamas em Gaza, Israel deslocou a linha da frente da guerra para o Líbano para permitir o regresso ao norte do país de cerca de 60.000 habitantes deslocados pelos disparos de foguetes pelo Hezbollah.
O grupo libanês iniciou os disparos em 8 de Outubro de 2023, para apoiar o Hamas, que enfrenta uma ofensiva israelita desde então. A ofensiva foi desencadeada por um ataque do Hamas no Sul de Israel, a partir da Faixa de Gaza, que causou cerca de 1.200 feridos e 251 reféns que foram levados para território palestiniano.
A resposta israelita provocou quase 42.300 mortos na Faixa de Gaza, segundo o mais recente balanço das autoridades de saúde do Hamas, que governa o enclave desde 2007.
Israel matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e outros dirigentes do grupo, bem como um general iraniano, num bombardeamento no Sul de Beirute em 27 de Setembro.
Apesar do maior foco no Líbano, Israel tem prosseguido com as operações em Gaza e matou, ontem, várias pessoas num ataque de artilharia contra um centro de distribuição de alimentos da ONU em Jabalia, no Norte do território.
A televião Al Jazeera do Qatar, um dos poucos meios de comunicação social que ainda tem correspondentes no Norte do enclave, disse que pelo menos 10 pessoas foram mortas no ataque.
A agência noticiosa oficial palestiniana, WAFA, afirmou que pelo menos oito pessoas foram mortas e 40 outras ficaram feridas. Os corpos e os feridos foram levados para o hospital Al Awda em Jabalia, acrescentou a agência, segundo a AFP.