A vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou Segunda-feira que não se reuniria com Vladimir Putin para discutir a guerra na Ucrânia sem que Ucrânia estivesse representada.
Se for eleita Presidente, uma reunião com o chefe de Estado russo “não terá lugar bilateralmente, sem a Ucrânia”, explicou numa entrevista ao canal de televisão CBS.
Segundo ela, a Ucrânia deve ter uma palavra a dizer sobre o futuro do seu país, citou a The New York Times. Nesta importante questão de política externa, a candidata democrata à Casa Branca procurou diferenciar-se claramente do rival Donald Trump, a um mês das eleições presidenciais.
“Se Donald Trump fosse Presidente, o líder russo Vladimir Putin estaria sentado em Kiev neste momento, sejamos claros”, insistiu. “Ele está a dizer: ‘Oh, posso acabar com isto no primeiro dia’. Sabem o que é isso? É uma capitulação”.
Trump garante regularmente que, se voltasse ao poder, acabaria com a guerra na Ucrânia ainda antes de tomar posse em Janeiro. Mas nunca especifica como o faria, assinalou. Segundo Kamala Harris, apoiam a capacidade da Ucrânia de se defender contra a agressão russa não provocada.
Questionada sobre se apoiaria a inclusão da Ucrânia na NATO, Harris respondeu: “São questões que iremos tratar se e quando chegarmos a esse ponto”. No final de Setembro, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou o EUA, onde se encontrou com o actual Presidente dos EUA, Joe Biden, bem como com Harris e Trump.
Depois do encontro com Donald Trump, Zelensky disse “estar grato” por uma reunião “muito produtiva”, onde apresentou o “plano para a vitória”. A Ucrânia receia perder o apoio dos EUA em caso de vitória de Donald Trump que critica regularmente as enormes somas de dinheiro libertadas por Washington para Kiev desde 2022.
Antes do encontro com Zelensky, o líder republicano descreveu-o como “o melhor vendedor do planeta”: “Cada vez que ele vem ao nosso país, sai com 60 mil milhões de dólares”, gracejou.
Por outro lado, Biden garantiu que “a Rússia não vai ganhar”. Durante o encontro com Zelensky, anunciou um “aumento da ajuda à segurança”, sem, no entanto, mencionar a luz verde esperada por Kiev para disparar mísseis de longo alcance fabricados nos EUA contra a Rússia.