Após a queda de Bashar al-Assad, os residentes de Alepo reflectem sobre os horrores infligidos a eles e à cidade sob o regime do antigo Presidente. A ofensiva contra os rebeldes que ocupavam Alepo desencadeou uma onda de devastação e destruição na segunda maior cidade da Síria.
Centenas de milhares de pessoas foram mortas em bombardeamentos indiscriminados, enquanto o colapso económico do país mergulhou a maior parte da população na pobreza. O tráfico de droga tornouse também um flagelo.
Obeid Diab, de 84 anos, foi forçado a fugir de casa quando a cidade foi bombardeada: “Eles atacavam indiscriminadamente. Os jatos sobrevoavam a cidade e as bombas caíam.
Caíam simplesmente, quer o vento as levasse para aqui ou para ali, não se sabe. Havia algum alvo específico em mente? Penso que não, eles simplesmente atacavam e iam-se embora”, conta este residente de Alepo.
Muitas pessoas que Diab conhecia foram mortas nestes ataques, incluindo a sobrinha de nove anos, que enterrou, juntamente com muitas outras crianças do bairro, com as próprias mãos. Inúmeras pessoas também desapareceram no brutal sistema prisional do regime.
Ali, também residente em Alepo, diz que foi detido e encarcerado devido a acusações infundadas: “Estivemos aqui de 2011 a 2016, a viver nesta casa sob bombardeamento e cerco.
Depois, o exército criminoso de Assad entrou e levou-nos para a prisão, alegando que éramos filiados em grupos armados”, conta. Embora o futuro ainda não seja claro, para muitos sírios a queda de Assad trouxe, pela primeira vez, esperança.