A Reuters aponta que as casas de apostas colocam o opositor russo Alexei Navalny, que morreu numa colónia penal no Ártico, em Fevereiro, como favorito, mas tal não será possível porque o prémio não é entregue a título póstumo.
Outro favorito das apostas é o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que também não poderá receber o prémio por ser o líder de um país em guerra.
Segundo os especialistas, o Comité Nobel norueguês, que anuncia a sua decisão no próximo dia 11 de Outubro, poderá querer concentrar-se nos “actores humanitários” num ano marcado pela guerra entre Israel e o Hamas, o conflito na Ucrânia e a violência no Sudão.
“A UNRWA poderia ser um desses candidatos. Estão a fazer um trabalho extremamente importante para os civis palestinianos que sofrem com a guerra em Gaza”, disse Henrik Urdal, director do Instituto de Investigação da Paz de Oslo, à Reuters.
Já Asle Sveen, um historiador do Prémio Nobel da Paz, apontou António Guterres como favorito – com ou sem o Tribunal Internacional de Justiça – e explicou que o comité, composto por cinco elementos e nomeado pelo parlamento norueguês, poderá também querer centrar-se na necessidade de reforçar a ordem mundial internacional construída após a Segunda Guerra Mundial e a sua instituição máxima. “Guterres é o símbolo máximo da ONU”, disse à Reuters.
“E o dever mais importante do TIJ é garantir que o direito internacional humanitário seja aplicado globalmente”.
No entanto, há também quem aponte que o comité decida apenas não atribuir o Prémio Nobel da Paz, algo que já aconteceu em 19 anos.
“Talvez este seja o ano em que o comité do Prémio Nobel da Paz deva simplesmente recusar o prémio e concentrar a atenção no facto de este ser um planeta em guerra”, explicou Dan Smith, director do Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo, também à Reuters.
O nome de Guterres como favorito a Prémio Nobel da Paz surge um dia após o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, ter anunciado que o país declarou o português como “persona non grata”, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel, na noite de Terça-feira