O ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, advertiu, esse fimde-semana, que uma guerra comercial entre China e Europa resultará em perdas para os dois lados, num encontro com Emmanuel Bonne, conselheiro diplomático da Presidência francesa.
“Uma guerra comercial só levará a perdas de ambos os lados”, disse Wang Yi. “A China é o mais firme defensor do sistema de comércio livre e opõe-se à politização das questões económicas e comerciais”, vincou, segundo a AFP.
Wang Yi reuniu-se com Emmanuel Bonne, à margem do 26.º Diálogo Estratégico China-França, em Beijing, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
A China e a União Europeia enfrentam várias disputas comerciais, desencadeadas pela decisão do bloco de 27 países de impor taxas sobre os veículos eléctricos chineses, que Bruxelas considera terem beneficiado injustamente de subsídios estatais. Em contrapartida, China lançou investigações sobre as importações europeias de carne de porco e de produtos lácteos.
Wang exortou Bruxelas a adoptar uma atitude construtiva e a encontrar soluções mutuamente aceitáveis através do diálogo. O chefe da diplomacia chinesa disse ainda que os intercâmbios bilaterais se tornaram mais estreitos, tendo os dois países abordado desafios globais, incluindo a inteligência artificial, a governação dos oceanos e o Médio Oriente, acrescentou a mesma nota.
“A China e a França devem apoiar firmemente um sistema internacional centrado nas Nações Unidas, construir um mundo multipolar equitativo e ordenado, promover a unidade e a cooperação internacionais, opor-se à divisão e ao confronto e, sobretudo, abandonar a mentalidade da Guerra Fria e os jogos de tudo ou nada”, afirmou.
Wang disse esperar que os dois países possam seguir uma agenda positiva no próximo ano, promover a cooperação e explorar oportunidades em domínios como a energia nuclear e aeroespacial, a inteligência artificial, os novos materiais, o equipamento topo de gama, a protecção ambiental e a tecnologia dos cuidados de saúde. O responsável chinês manifestou esperança de mais intercâmbios relacionados com a juventude, a cultura, a investigação científica e a educação.