Na Sexta-feira passada, o gabinete do Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, anunciou uma extensão do período de transição por dois anos e adiou as eleições pela segunda vez após um atraso em 2022.
O Sudão do Sul está, formalmente, em paz desde que o acordo de 2018 encerrou um conflito de cinco anos responsável por centenas de milhares de mortes, mas a violência entre comunidades rivais ocorre com frequência.
Grã-Bretanha, Estados Unidos, Noruega, União Europeia, Canadá, França, Alemanha e Holanda — garantidores do processo de paz desde a independência do Sudão do Sul do Sudão em 2011 — disseram que a extensão foi uma decepção.
“Esta decisão reflecte o fracasso do governo de transição em implementar o acordo de paz de 2018, apesar das promessas feitas com o lançamento do ‘roteiro’ em 2022”, disseram numa declaração conjunta, na noite de Quarta-feira.
As eleições são a melhor maneira de trazer paz ao país e os líderes do Sudão do Sul devem agir, urgentemente, para criar as condições necessárias para que elas ocorram, disse o grupo.
O ministro de Assuntos Ministeriais Martin, Elia Lomuro, disse que o governo aprecia a posição dos fiadores e não a condena.
“Vocês não apoiaram essa extensão, tudo bem, mas o que podemos ter certeza é que não deixaremos o Sudão do Sul entrar em guerra novamente”, disse o ministro, na Quarta-feira, em comentários citados pela Eye Radio, uma estação local.
A eleição teria escolhido os líderes para suceder o governo de transição, que inclui Kiir e o primeiro vice-presidente Riek Machar, cujas respectivas forças lutaram entre si durante a guerra civil.
O enviado especial das Nações Unidas para o Sudão do Sul, Nicholas Haysom, disse num comunicado que era evidente que o país não estava pronto para eleições.