Forças especiais ocidentais encontram-se no terreno na Ucrânia, segundo documentos secretos divulgados online
O maior contingente é constituído por forças da Grã-Bretanha (50), seguido de outros membros da NATO como a Letónia (17), França (15) e EUA (14).
Não se sabe exactamente o que as forças especiais estão a fazer, onde se encontram ou se o número tem variado.
No entanto, a revelação confirma o que muitos têm especulado desde o início da guerra, em Fevereiro do ano passado.
Um grande número de documentos norte-americanos classifcados como “top secret” foram recentemente divulgados e colocados online, delineando detalhes comprometedores sobre a guerra na Ucrânia e os aliados ocidentais.
Estes, contudo, não foram verificados.
No entanto, funcionários norteamericanos têm-se esforçado por retirar os documentos dos meios de comunicação social, enquanto investigam a origem destas revelações.
Na quarta-feira, o Ministério da Defesa do Reino Unido disse que havia “um nível grave de imprecisão” na alegação de que as suas forças especiais estavam presentes no terreno na Ucrânia.
“Os leitores devem ser cautelosos em aceitar alegações que têm o potencial de espalhar informações erradas”, disse o ministério britânico da defesa através das redes sociais.
A presença de pessoal militar ocidental na Ucrânia é susceptível de ser aproveitada pelo Kremlin, que tem repetidamente afirmado que a Rússia está a ser atacada pela NATO.
A Rússia tem vindo a enquadrar cada vez mais o conflito como uma luta existencial contra o Ocidente, numa tentativa de mobilizar a população russa.
O número de forças especiais que se diz estarem na Ucrânia é pequeno, mas são altamente eficazes. A Grã-Bretanha tem um número de unidades militares de elite que são amplamente consideradas como entre as melhores do mundo.
A fuga de informação também revela que os EUA têm sérias dúvidas de que a Ucrânia possa obter ganhos significativos numa possível contra-ofensiva, a par da capacidade do país para se defender contra os ataques russos.
Espera-se que Kiev lance um ataque contra a Rússia durante a Primavera, com novo equipamento e treino proporcionado por exércitos ocidentais.
No início da semana, funcionários dos EUA advertiram que material mais sensível poderia ser revelado publicamente, classificando a violação como um risco “muito grave” para a segurança nacional.
“A divulgação de informações classificadas e sensíveis pode não só ter enormes consequências para a nossa segurança nacional, mas também levar à morte”, disse o porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, Chris Meagher, aos repórteres na Segunda-feira.
Washington tomou medidas para limitar os danos da divulgação e tranquilizar os aliados, mas tudo sugere que é tarde demais.
Algum do material partilhado está relacionado com as agências secretas de Israel e do Reino Unido.
Embora alguns dos ficheiros partilhados online pareçam ter sido editados, como por exemplo um sobre números de vítimas ucranianas, o New York Times adiantou que funcionários norte-americanos reconheceram que muitos são genuínos.
Há várias semanas que alguns documentos circulam pela Internet, mas só começaram a vir a público no final da semana passada.