O governo francês pretende construir uma aliança com as nações bálticas (Letónia, Lituânia e Estónia) que concordem com a proposta de enviarem tropas para lutarem contra a Rússia, de acordo com um artigo publicado pela edição estadunidense Politico
Segundo a matéria divulgada neste sábado (9), a proposta foi feita pelo ministro das Relações Exteriores francês, Stéphane Séjourné, durante o seu encontro na Lituânia, na última sexta-feira (8), com homólogos bálticos e o chanceler ucraniano, Dmitry Kuleba. “Não cabe à Rússia organizar como devemos implantar nossas acções ou estabelecer linhas vermelhas.
Portanto, decidimos isso entre nós”, declarou o ministro francês, conforme relatado pelo Politico. Na semana passada, o presidente francês Emmanuel Macron surpreendeu muitos na Europa ao dizer que ele não exclui o envio de tropas terrestres para a Ucrânia.
Apesar da oposição à declaração de Macron por parte da maioria dos países da UE, a Estónia, a Letónia e a Lituânia estão muito mais abertas à ideia, afirma a matéria.
No dia 27 de Fevereiro, Macron informou que os líderes dos países ocidentais discutiram a possibilidade de enviarem tropas para a Ucrânia durante uma conferência realizada em Paris, mas não chegaram a um consenso.
No dia 29 do mesmo mês, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, alertou no seu discurso anual perante a Assembleia Federal, o parlamento do país, sobre as consequências trágicas se esta decisão fosse implementada.
Desde 24 de Fevereiro de 2022, a Rússia dá continuidade à operação militar especial com o objectivo de defender as repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL), anteriormente reconhecidas por Moscovo como Estados soberanos, contra o genocídio cometido por Kiev, enfrentando os riscos à sua segurança nacional representados pelo avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Leste Europeu.
Moscovo alertou, repetidamente, que a OTAN está a “brincar com fogo” ao fornecer armas à Ucrânia e que os envios estrangeiros com armas seriam um “alvo legítimo” para a Rússia assim que atravessassem a fronteira.
Nas palavras do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a Rússia vê os confrontos directos entre a Rússia e a OTAN como inevitáveis se o Ocidente enviar as suas tropas para a Ucrânia.