O Presidente francês, Emmanuel Macron, o homólogo dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed al-Nahyan, e o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, pediram ontem “moderação” aos protagonistas da crise do Médio Oriente
“Falei com o Presidente Mohammed bin Zayed e com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman sobre a situação no Médio Oriente. Apelamos a todos os intervenientes para que demonstrem responsabilidade e moderação para evitar uma escalada regional”, escreveu Macron na rede social X.
O Presidente francês agradeceu aos líderes dos Emirados e da Arábia Saudita pelos seus esforços nesse sentido e garantiu que podem contar com a França para procurar “uma solução diplomática”, especialmente no que diz respeito à Linha Azul, a zona de demarcação entre Israel e o Líbano instituída pelas Nações Unidas.
Macron reafirmou ainda o compromisso francês no âmbito da Força Interina das Nações Unidas para o Líbano (UNIFIL) e da operação europeia Aspides, no Mar Vermelho.
Confrontados com a perspetiva de uma situação de “desestabilização regional” e tendo em conta o “número intolerável” de vítimas em Gaza, os três líderes “reiteraram a urgência de um cessar-fogo imediato e duradouro”.
“A França continua determinada, juntamente com os seus parceiros regionais e internaci-onais, a trabalhar para a libertação dos reféns (detidos pelo grupo islamita palestiniano Hamas e outras milícias), a entrega sem entraves de ajuda humanitária e a implementação da resolução do conflito.
Dois Estados (israelita e palestiniano), sem a qual não poderá haver estabilidade duradoura na região”, de acordo com a presidência francesa. A situação na região agravou-se na sequência do assassinato em Teerão do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, atribuído a Israel, e do principal comandante do grupo xiita Hezbollah, Fuad Shukr, num atentado bombista no Líbano.
Estas mortes fizeram com que tanto o Irão como a fação armada libanesa, bem como os rebeldes Huthis do Iémen, prometessem vingança e ameaçassem atacar o Estado judaico.
Além disso, o assassinato de Haniyeh, que era o principal negociador do Hamas, pôs em causa as negociações para uma trégua em Gaza, uma vez que os islamitas palestinianos manifestaram a sua recusa em retomar o diálogo e os mediadores – Egito e Qatar – de-nunciaram que estes tipos de ações impossibilitam a geração de confiança entre as partes.