A Guarda Costeira filipina queixou-se do que disse serem acções “perigosas” chinesas, enquanto as autoridades da China afirmaram a sua soberania sobre o local de conflito
As Filipinas acusaram, no Domingo (6), a Guarda Costeira da China de bloquear e atacar com um canhão de água um barco de abastecimento militar filipino no mar do Sul da China, noticia a agência britânica Reuters.
O incidente ocorreu perto do Second Thomas Shoal, que Manila chama de Ayungin Shoal, um recife submerso onde um grupo das suas forças permanece num navio americano enferrujado da época da Segunda Guerra Mundial que foi intencionalmente encalhado em 1999.
A embarcação da Guarda Costeira chinesa bloqueou e disparou água contra a embarcação filipina que efectuava uma missão rotineira de rotação de tropas e reabastecimento, “em desrespeito à segurança das pessoas a bordo e em violação ao direito internacional”, segundo as Forças Armadas das Filipinas.
As “manobras perigosas” da Guarda Costeira chinesa impediram que um segundo barco descarregasse os suprimentos e concluísse a missão, disse.
“Pedimos que a Guarda Costeira da China e a Comissão Militar Central ajam com prudência e sejam responsáveis nas suas ações para evitar erros de cálculo e acidentes que coloquem em risco a vida das pessoas”, disseram as Forças Armadas filipinas, condenando “as acções excessivas e ofensivas”.
O ramo militar filipino “chama a Guarda Costeira da China a limitar as suas forças, respeitar os direitos soberanos das Filipinas na sua Zona Económica Exclusiva e plataforma continental, abster-se de dificultar a liberdade de navegação e tomar as medidas apropriadas contra os indivíduos envolvidos nesse incidente ilegal”, disse um porta-voz, o comodoro Jay Tarriela.
O Departamento de Estado dos EUA expressou-se a favor de Manila, deixando claro que Washington está do seu lado diante de tais “acções perigosas”.
Resposta da China
A Guarda Costeira da China argumentou que implementou os controlos necessários em conformidade com a lei para deter os navios filipinos, que acusou de invasão e transporte de materiais de construção ilegais.
Gan Yu, porta-voz da Guarda Costeira da China, respondeu que Pequim tem soberania “indiscutível” sobre as ilhas Spratly e as suas águas adjacentes, incluindo o Second Thomas Shoal.
“Pedimos ao lado filipino que interrompa, imediatamente, as suas actividades infractoras nessas águas”, declarou Gan na conta WeChat da Guarda Costeira da China.
A China reivindica a soberania sobre quase todo o mar do Sul da China, algo que é disputado em diversas áreas pelas Filipinas, Brunei, Malásia, Vietname e o território auto-governado de Taiwan.