O exército do Sudão concordou em estender por mais 72 horas a trégua acordada com as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e em reunir-se com um representante daquele grupo paramilitar
Num comunicado, o exército explicou que o general Abdel Fattah alBurhan, o líder de facto do Sudão, “recebeu a iniciativa da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento da África Oriental, na qual foi decidido designar os presidentes do Sudão do Sul, Quénia e Djibuti para trabalharem em propostas de soluções para a crise actual”.
As propostas incluem “estender a trégua actual por mais 72 horas e enviar um representante das Forças Armadas e da milícia rebelde a Juba [capital do Sudão do Sul] para negociar os detalhes da iniciativa”, refere-se no comunicado, divulgado na rede social Twitter.
Horas antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Sudão do Sul, Deng Dau, tinha dito que o Presidente sul-sudanês, Salva Kiir, esteve com contacto com alBurhan e com o líder das RSF, o general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como Hemedti.
Deng Dau disse que al-Burhan estaria disposto a encontrar-se com Hemedti para tentar uma solução diplomática para o conflito.
Pelo menos 512 pessoas foram mortas e 4.193 ficaram feridas nos 11 dias de combates, principalmente em Cartum e Darfur (oeste), informou na quarta-feira o Ministério da Saúde sudanês.
Apesar de uma trégua de 72 horas mediada pelos Estados Unidos ter entrado em vigor na segundafeira de manhã, combates de baixa intensidade continuaram.
Os combates seguiram-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição.
Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em Outubro de 2021.
Vários países, incluindo Portugal, estão a retirar os seus cidadãos do Sudão, devido aos intensos combates.
Vinte portugueses que pretendiam deixar o Sudão já foram retirados no país, informou na quartafeira, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, que adiantou permanecerem no território dois cidadãos nacionais.