O Governo dos Estados Unidos anunciou, ontem, que estabeleceu sanções contra vários altos funcionários e líderes guerrilheiros africanos por violações dos direitos humanos.
As sanções foram divulgadas pelas autoridades norte-americanas por ocasião da comemoração, ontem, do 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Entre os alvos estão milicianos congoleses, o filho do ex Presidente da República Centro-Africana, François Bozize, o autarca de Monróvia (capital da Libéria), políticos e governadores de Estados do Sudão do Sul, cujos bens nos Estados Unidos serão bloqueados. Qualquer organização que faça negócios com estas pessoas poderá ser também sancionada pelas autoridades dos EUA.
Jean-Francis Bozize, filho do antigo Presidente centro-africano, “transferiu armas e munições de países vizinhos para a República Centro-Africana para a Coligação de Patriotas pela Mudança (CPC), um grupo rebelde que recrutou crianças-soldado e praticou violência sexual”, de acordo com as acusações apresentadas pelos Estados Unidos.
Os Estados Unidos também têm como alvo três líderes de milícias congolesas: William Yakutumba, fundador, comandante militar e líder político da milícia Mai-Mai Yakutumba e “envolvido na prática de violações em massa e outras formas de violência sexual”; Willy Ngoma, porta-voz do Movimento 23 de Março (M23), um das milícias mais importantes do Kivu Norte; e Michel Rukunda, líder do grupo armado Twirwaneho, que recruta crianças a partir dos 12 anos.
O Governo dos Estados Unidos também tem como alvo Jefferson Koijee, presidente da Câmara de Monróvia e alto funcionário do partido político Congresso para a Mudança Democrática (CDC), acusado de “alimentar a violência através de organizações paramilitares associadas ao CDC que alegadamente recrutam ex-combatentes e prisioneiros”.
Em relação ao Sudão do Sul, os Estados Unidos sancionaram os políticos Gordon Koang Biel, Gatluak Nyang Hoth e Joseph Mantiel Wajang, os dois primeiros representantes nos condados de Mayendit e Koch, e o terceiro é governador do Estado de Unity.
“Entre Fevereiro e Abril de 2022, as forças alinhadas com o Governo e as milícias aliadas sob o comando de Biel e Hoth foram responsáveis por violações sistemáticas contra mulheres e raparigas durante ataques armados no condado de Leer, no Estado de Unity”, referiu o Governo norte-americano.
Finalmente, os Estados Unidos sancionaram o Comissário-Geral do Serviço Prisional do Uganda (UPS), Johnson Byabashaija.
Os membros do UPS, segundo os EUA, “participaram em torturas e outros graves abusos contra os direitos humanos dos prisioneiros detidos nestas prisões, cujos ocupantes relataram terem sido espancados pelos seus funcionários”.