Os Estados Unidosqueriam chantagear a Rússia explodindo o gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte) para impedir a operação especial na Ucrânia, disse o jornalista norte-americano Seymour Hersh, à revista alemã Tichys Einblick
Segundo o ganhador do Prêmio Pulitzer, Hersh, a exigência de não iniciar a operação especial foi feita no final de 2021, entre o Natal e o Ano Novo.
Os EUA estavam tentando encontrar algo para usar como ameaça contra a Rússia.
“A ideia era dizer ao [presidente russo Vladimir] Putin: ‘Explodiremos os gasodutos se vocês cruzarem a fronteira com a Ucrânia’”, disse Hersh. Hersh acredita que o governo dos EUA queria convencer a Rússia a manter o status quo na Ucrânia.
Entretanto, o jornalista observou que o governo norte-americano não sabe persuadir e age sempre de acordo com o princípio “ou está connosco ou contra nós”.
História dos gasodutos Nord Stream
Os ataques ocorreram em 26 de Setembro de 2022 simultaneamente nos dois gasodutos russo-alemães que transportavam gás natural russo para a Europa – o Nord Stream 1 e Nord Stream 2.
A operadora dos gasodutos, a Nord Stream AG, informou que a situação de emergência nos gasodutos foi inédita e que o tempo de reparos não poderia ser avaliado.
A Alemanha, a Dinamarca e a Suécia não descartam que tenha sido um acto de sabotagem e iniciaram investigações, ainda sem resultado.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a explosão dos gasodutos foi um óbvio acto de terrorismo.
O Pentágono tem negado qualquer envolvimento dos EUA.
Em 8 de Fevereiro, o jornalista norte-americano Seymour Hersh divulgou a sua versão de que os explosivos nos gasodutos foram plantados por especialistas estadunidenses, apoiados por mergulhadores noruegueses, sob a cobertura do exercício BALTOPS 2022 da OTAN, que decorreu em Junho de 2022.
Ele acredita que a operação foi realizada sob ordens directas da Casa Branca.
Em 7 de Março, o The New York Times noticiou, com base em dados de inteligência, que um grupo pró-ucraniano teria estado por trás da sabotagem dos gasodutos Nord Stream.
No mesmo dia, o jornal alemão Die Zeit escreveu que os vestígios do ataque aos gasodutos apontam na direção da Ucrânia.
O Ministério Público Federal alemão confirmou à Sputnik que foram realizadas buscas num navio alegadamente carregado com materiais para explodir o Nord Stream.
A edição alemã do Spiegel nomeou o modelo e o curso do iate Andromeda que, supostamente, foi usado na preparação do ataque terrorista ao Nord Stream.
No entanto, o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov chamou as publicações que apontam para o envolvimento da Ucrânia de “operação coordenada de desinformação”.
Ele expressou perplexidade quanto à capacidade das autoridades norteamericanas, mencionadas nas publicações, de fazerem suposições sobre ataques terroristas ao Nord Stream sem antes haver uma investigação.