A proposta delineada pelos EUA também daria às forças israelitas o direito de manter o foco no Hezbollah “em auto-defesa contra ameaças iminentes a Israel” e permitiria que os seus aviões de guerra continuassem a voar sobre o Líbano para “inteligência, vigilância e reconhecimento”, de acordo com um rascunho vazado para a emissora estatal de Israel, Kann, na Quarta-feira (30), à noite.
De acordo com o Financial Times (FT), o vazamento ocorreu horas antes dos enviados dos EUA, Amos Hochstein e Brett McGurk, chegarem a Israel para discutir os esforços de Washington para acabar com o conflito que já dura mais de um ano.
Autoridades dos EUA confirmaram que o documento era autêntico e que deveria ser apresentado ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, mas também alertaram que edições foram feitas no rascunho vazado desde a semana passada, quando o documento foi datado.
Segundo fontes próximas ao governo libanês, o rascunho “ainda era inaceitável”, já que os anexos dariam a Israel a capacidade de atirar em “auto-defesa” no Líbano e garantir que o Hezbollah “não pudesse se reconstituir” no Sul.
Os EUA têm tentado coordenar, há meses, os esforços diplomáticos para encerrar o conflito em meio a temores de que isso arriscaria empurrar o Oriente Médio para uma guerra total.
As hostilidades aumentaram, em Setembro, depois que Israel assassinou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, lançou ondas de ataques aéreos pelo Líbano e invadiu o Sul do país.
O esforço de Washington por um acordo se concentrou em fazer com que os lados em guerra concordassem com a implementação da resolução 1701 da ONU, que encerrou sua última guerra, em 2006. Ela pedia a retirada do Hezbollah da fronteira Sul do Líbano com Israel e o fim dos vôos israelitas sobre o Estado árabe.
Mas não foi totalmente implementada por nenhum dos lados. O novo líder do Hezbollah, Naim Qassem, disse num discurso televisionado, na Quarta-feira, que o grupo aceitaria o fim da guerra se Israel quisesse, “mas será nos nossos termos”, acrescentando que as discussões políticas até agora foram infrutíferas.