A e Reino Unido se recusam a ratificar um comunicado conjunto assinado por 60 nações que buscam desenvolvimento seguro e ético da Inteligência Artificial (IA), com o vice-presidente norte-americano, alertando a Europa para não adoptar regulamentações “excessivamente preventivas”.
O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, afirmou que os EUA continuarão a liderar o desenvolvimento em IA e alertou a Europa contra regulamentações excessivas que possam sufocar a inovação ou censurar a liberdade de expressão.
Ele destacou que o governo Trump garantirá que os sistemas de IA mais poderosos sejam construídos nos EUA, com chips projectados e fabricados no país. Nesta Terça-feira (11), como parte da agenda America First (América em Primeiro Lugar), os EUA se recusaram a assinar um comunicado na cúpula de IA em Paris, que foi assinado por cerca de 60 países e pede uma IA aberta, inclusiva, transparente, ética, segura e confiável.
O Reino Unido também não assinou o comunicado, considerando a redacção muito restritiva. A postura mais dura dos EUA ocorre em meio à crescente competição com a China em desenvolvimentos de IA, como fabricação de chips e chatbots.
Recentemente, a chegada de um novo modelo de IA de baixo custo de uma startup chinesa, o DeepSeek, surpreendeu grupos do Vale do Silício como a OpenAI.
Enquanto isso, a Europa busca uma posição na indústria para evitar dependência excessiva dos EUA ou da China, com os líderes europeus a anunciarem 200 biliões de euros em investimentos em data centers e clusters de computação.
Vance sugeriu que os EUA estão dispostos a trabalhar com outros países, mas apenas nos seus próprios termos, promovendo regimes regulatórios que incentivem a criação de tecnologia de IA, e criticou países como a China.
“Fazer parceria com eles [chineses] significa acorrentar a sua nação a um mestre autoritário que busca se infiltrar, cavar e apreender a sua infra-estrutura de informações”, alegou Vance, referindose à CCTV e 5G como exemplos em que “tecnologia barata […][foi] fortemente subsidiada e exportada por regimes autoritários”, segundo o Financial Times (FT).
A declaração conjunta assinada por países como China, Índia e Alemanha enfatizou a cooperação internacional na governança da IA, o que desanimou os EUA, que também estavam preocupados que a fundação Current AI, lançada pela França, fosse usada para canalizar dinheiro para países de língua francesa, esvaziando potencial financiamento que poderia ser direccionado a Washington.