Um laboratório biológico em Goma, República Democrática do Congo, financiado pelos EUA e por uma fundação francesa, pode estar sujeito a vazamentos de vírus perigosos devido a cortes de energia em meio ao conflito no Leste do país, alertou a agência russa de protecção ao consumidor, Rospotrebnadzor. A agência russa acusou o Ocidente de lidar com patógenos de maneira “irresponsável” nos territórios de países terceiros.
De acordo com o regulador russo, o laboratório “recebe financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional [USAID] e da Fundação Mérieux da França”.
“Essa é mais uma evidência de que eles estão a acumular amostras de patógenos como ébola e varíola sem garantir uma infraestrutura segura”, disse a organização, vinculando o risco a uma “atitude negligente” por parte de Washington e seus aliados.
Rospotrebnadzor disse que, no século XXI, 80% das infecções acidentais com patógenos como antraz e peste ocorreram em laboratórios dos EUA. Sete dos 16 vazamentos registados globalmente desde 2000 ocorreram nos Estados Unidos, disse a agência.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu às facções em conflito no Leste do Congo, na Segunda-feira (27), que protegessem instalações críticas diante da escassez de energia que afecta o laboratório de Goma, especializado em pesquisas sobre doenças como o ébola. A região está a passar por confrontos entre grupos armados e forças governamentais.