Os Estados Unidos expressaram, ontem,“preocupações muito sérias” sobre a acusação, no Domingo, pela China de falhas de segurança na gigante americana de semi-condutores Micron Technology, num novo episódio de batalha entre os dois países pela tecnologia.
“Temos sérias preocupações sobre relatos de que a China restringiu as vendas de semi-condutores da Micron a certas indústrias”, disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller.
A declaração surge depois de o regulador chinês ordenar que “os operadores de infra-estrutura nacional crítica” parem de comprar semi-condutores à Micron Technology, alegando que a empresa, a maior fabricante de ‘chips’ de memória dos Estados Unidos, “representa riscos significativos para a segurança da infra-estrutura das cadeias de fornecimento de informação crítica”.
A medida surge depois de uma investigação de sete semanas à empresa, vista como retaliação contra os esforços dos EUA para restringir o acesso da China a tecnologias, ao introduzir controlos sobre a exportação de semi-condutores, em coordenação com os Países Baixos e o Japão.
Analistas consideraram que a Micron é um primeiro alvo óbvio para Pequim, já que se trata de uma tecnologia mais facilmente substituída pelos ‘chips’ produzidos pelos concorrentes sul-coreanos Samsung e SK Hynix.
A Casa Branca, no mês passado, pediu à Coreia do Sul que exortasse os fabricantes de ‘chips’ a não preencher nenhuma lacuna de mercado na China se a venda de produtos da Micron fosse restringida.
A decisão de Pequim ocorreu um dia depois de os líderes do grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) terem repreendido a China, durante uma cimeira no Japão, condenando o histórico de violações dos Direitos Humanos, políticas económicas coercivas e crescente assertividade militar nos mares do Leste e do Sul da China.