A informação foi reportada um dia depois das afirmações proferidas pelos Estados Unidos
Reagindo às declarações do porta-voz da Casa Branca, John Kirby, que deu conta de que a Rússia perdeu 20 mil soldados, desde Dezembro, na guerra na Ucrânia, o Kremlin acusou que estas estimativas foram “tiradas do ar”, uma vez que Washington não tem como saber os dados corretos.
A informação foi reportada pela agência Reuters, esta terça-feira, um dia depois das afirmações proferidas pelos Estados Unidos.
Segundo aquele país, o número de soldados russos mortos na Ucrânia desde Dezembro ronda os 20 mil, metade dos quais eram mercenários contratados pelo Grupo Wagner, e os feridos ultrapassam os 80 mil.
“Desde Dezembro, estimamos que a Rússia tenha tido mais de 100 mil combatentes mortos ou feridos, incluindo 20 mil mortos em combate”, disse o porta-voz da Casa Branca, acrescentando que “a conclusão é que a ofensiva russa saiu pela culatra”.
De notar, contudo, que a Rússia revelou a sua própria estimativa das baixas em contexto de guerra em Setembro, tendo o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, apontado para 5.937 soldados russos mortos.
Esta terça-feira, o responsável afirmou que o Exército da Ucrânia “perdeu mais de 15 mil soldados” no último mês de combates, “apesar da ajuda militar sem precedentes” por parte dos aliados de Kyiv.
Durante este período, as tropas russas destruíram oito aviões, 277 ‘drones’ (aparelhos voadores não tripulados), 430 tanques e outros veículos blindados, bem como 225 peças de artilharia e morteiros, contabilizou.
Horas antes, numa mensagem na conta no Facebook, o Estado-Maior do exército ucraniano indicou que 191.500 militares russos tinham sido “liquidados” desde o início da invasão, desencadeada por ordem do presidente russo, Vladimir Putin.
Lançada a 24 de Fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.534 civis desde o início da guerra e 14.370 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.