O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, encontrou-se, ontem, com o vice-presidente chinês, Han Zheng, em Nova Iorque, e defendeu a necessidade de uma gestão responsável da relação tensa com Beijing, noticiou a Reuters
“Penso que é bom aumentar o número de reuniões de alto nível” entre os Estados Unidos e a China, declarou Blinken no início do encontro com o responsável chinês, que decorreu na missão chinesa junto da ONU, em Nova Iorque.
As discussões visam “garantir que mantemos as linhas de comunicação abertas e demonstram que estamos a gerir a relação entre os nossos dois países de forma responsável”, afirmou o dirigente norte-americano.
O vice-presidente chinês referiu que as duas principais potências económicas mundiais enfrentam “muitas dificuldades e desafios”.
“O mundo precisa de uma relação saudável e estável entre os Estados Unidos e a China”, argumentou Zheng, afirmando que é para benefício de ambos os países e “do mundo inteiro”.
Washington e Beijing estão a intensificar esforços para acalmar a relação que se mostrou muito tensa nos últimos tempos.
O encontro de ontem, à margem da Assembleia Geral Anual das Nações Unidas, aconteceu depois da reunião nesse fim-de-semana, em Malta, entre o conselheiro de segurança nacional de Joe Biden, Jake Sullivan, e o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi.
A Casa Branca assinalou as “discussões francas, substantivas e construtivas”, que duraram um total de 12 horas durante dois dias.
A última reunião deste tipo, e a este nível, data de Maio passado. A China e os Estados Unidos estão “comprometidos com consultas” em certas áreas, em particular sobre “desenvolvimentos na política e na segurança na Ásia-Pacífico”, segundo a Casa Branca.
Os Estados Unidos e a China renovaram o diálogo nos últimos meses com uma sucessão de visitas de altos funcionários norte-americanos a Beijing, incluindo Antony Blinken, em Junho passado.
Esta retoma das discussões pode significar um encontro entre Joe Biden e o Presidente chinês, Xi Jinping, na próxima cimeira da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico), em meados de Novembro, em São Francisco, mas nem Washington nem Beijing confirmaram.
As relações bilaterais ainda permanecem tensas, nomeadamente em relação às disputas comerciais, à expansão chinesa no Mar da China Meridional e a questão de Taiwan, um dos grandes obstáculos entre os dois países.