Três países da União Europeia, incluindo a Hungria, se expressaram contra a ideia de beneficiar a Ucrânia usando os lucros sobre os activos russos congelados no bloco.
A Hungria, Luxemburgo e Malta se opuseram à proposta da chefe da Comissão Europeia de usar os activos russos congelados para comprar armas para a Ucrânia, indica uma fonte citada na Quinta-feira (14) pelo jornal norte-americano Politico.
Ursula von der Leyen disse, recentemente, que “chegou a hora” de discutir a questão do uso dos lucros dos activos russos para as necessidades das Forças Armadas da Ucrânia.
“Malta, Luxemburgo e Hungria expressaram reservas quanto à última opção durante uma reunião dos 27 embaixadores da UE na Quarta-feira [13] […].
Eles disseram que a disposição de von der Leyen de usar o dinheiro para reabastecer a reserva de armas cada vez menor da Ucrânia complicou as negociações, já que há um consenso geral de que ele deve ser direccionado para a reconstrução [da Ucrânia]”, escreveu o Politico, citando um funcionário da UE.
Desde o início da operação especial na Ucrânia, a UE e os países do G7 congelaram quase metade das reservas de moeda estrangeira da Rússia, no valor de cerca de 300 biliões.
Cerca de 200 biliões são mantidos na UE, principalmente nas contas da Euroclear da Bélgica, um dos maiores sistemas de liquidação e compensação do mundo.
A UE está discutindo maneiras de usar os activos congelados da Rússia para financiar a reconstrução da Ucrânia.
Didier Reynders, comissário europeu de Justiça, disse, na Segunda-feira (11), que a UE espera lucrar 15 biliões com os activos soberanos congelados da Rússia até 2027 e espera chegar a um acordo nas próximas semanas sobre o uso futuro dos fundos.
O Kremlin respondeu que tomar tais decisões “seria mais um passo para desrespeitar todas as regras e normas do direito internacional”.