“O Egipto anuncia a intenção de intervir, formalmente, para apoiar o processo da África do Sul contra Israel perante o TIJ para investigar as violações de Israel ao abrigo da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio na Faixa de Gaza”, adiantou o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio num comunicado.
O pedido “surge à luz da gravidade e do alcance dos ataques israelitas contra civis palestinianos na Faixa de Gaza, e da perpetração contínua de práticas sistemáticas contra o povo palestiniano”, acrescentou.
Com este anúncio, o Egipto marca um ponto de viragem nas suas relações com Israel desde o início do conflito em Gaza, em 07 de Outubro de 2024.
Na semana passada, a guerra no Médio Oriente atingiu um momeno crítico, quando as forças israelitas assumiram o controlo do lado palestiniano da passagem fronteiriça de Rafah, que faz fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egipto. Israelitas e egípcio assinaram um tratado de paz, em 1979, ao abrigo do qual Israel se retirou da Península do Sinai.
O porta-voz militar israelita, Ofir Gendelman, reconheceu, após a ofensiva em Rafah, que “Israel está muito consciente da sensibilidade da operação”, mas entendeu que “não violou os termos do acordo”.
A África do Sul quer que Israel seja declarado como um “Estado de apartheid”, tendo apelado ao TIJ que ordene Israel a sair de Rafah. O Governo sul-africano apresentou, na Sexta-feira, um pedido urgente no TIJ, em Haia, para que imponha novas medidas contra Israel devido à situação que se vive na cidade de Rafah.
Pretória quer que o tribunal volte a modificar as medidas provisórias anunciadas anteriormente no caso relativo à aplicação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio na Faixa de Gaza.
Desde Dezembro, Pretória tem solicitado medidas adicionais ao tribunal da ONU, acusando Israel de perpetrar um “genocídio” em Gaza, acusação negada por Israel.