Custou mas foi. Para a história fica uma reforma fiscal sem precedentes com a qual o Presidente Donald Trump, não só consegue a sua primeira vitória legislativa, como também cumpre uma das suas principais promessas de campanha.
POR: Michael Brown em Nova Iorque
A reforma fiscal aprovada pelo senado na Terça-feira e pela Câmara dos Deputados na Quarta-feira traduz-se numa redução de impostos para os grandes contribuintes, assim como para a classe media. A redução oferecida às grandes corporacões terá efeitos definitivos enquanto que a classe média beneficiará dos mesmos durante dez anos. Feitas as contas serão 1.5 triliões de dólares. O pacote legislativo será enviado para o Presidente que o deverá assinar e celebrar a sua entrada em vigor com uma conferência de imprensa .
Na Quarta-feira, enquanto se aguardava pelo desfecho da votação na Câmara dos Deputados, Donald Trump disse que o novo pacote legislativo iria dar mais oxigénio à economia americana, a qual vem registando crescimento desde que ele tomou posse. Donald Trump fez alarde das mudanças registadas até aqui, tais como a solidez do mercado financeiro, aumento das ofertas de emprego, assim como de mudanças que se avizinham, sendo a exploração de petróleo no ártico o próximo grande passo. A reforma fiscal era um dos grandes pomos de discórdia entre republicanos e democratas, que há mais de 30 anos não conseguiam chegar a um acordo. A sua aprovação pôs a nú as diferenças ideológicas entre uns e outros.
Enquanto que os republicanos acreditam que a mesma vai pôr dinheiro no bolso da classe média, os democratas sugerem que a mesma visa beneficiar bilionários como o Presidente Donald Trump. Esta questão deverá ser objecto de discussão durante a campanha para as eleições intercalares de 2018, nas quais um terço do senado irá a votos e a totalidade da Câmara será renovada. Os democratas sugerem que, ao contrário do que advogam os republicanos, as medidas aprovadas pelo Congresso resultarão no aumento do défice. Os republicanos indicam que o défice será mitigado por uma política de despesas que passará a limpo gastos supérfluos .
Durante a campanha eleitoral, Donald Trump prometeu reduzir os impostos e a burocracia, eliminar legislação supostamente capaz de inibir a expansão económica, reformular a política migratória, e reconstruir a rede de infra-estruturas. Porém, por várias razões, as suas iniciativas foram “batendo na rocha”. Os maiores revezes aconteceram na eliminação do plano de saúde lançado pelo Presidente Obama, conhecido como Obamacare e na reforma da política migratória .
A vitória conseguida esta Quarta-feira promete dar alento à base do partido republicano, a qual aspirava ansiosamente pelo cumprimento de uma das promessas de campanha. Republicanos e democratas vão agora, juntos, tentar fazer passar uma lei sobre duodécimos, sem a qual o Governo federal fica sem fundos a partir de Sexta-feira, fechando varias instituições e enviado milhares de funcionários para casa até que haja verbas.