Andrew Hsia, vice-presidente do Kuomintang (KMT), o principal partido da oposição em Taiwan, anunciou, ontem, que vai realizar nova deslocação à China continental, a segunda em menos de um mês.
Citado pela imprensa da ilha, o também antigo ministro dos Assuntos Continentais de Taiwan (2015-2016) disse que se vai deslocar esta semana à cidade de Chongqing, acompanhado por vários membros do Departamento dos Assuntos Continentais do partido, principalmente para desejar bom ano novo aos empresários taiwaneses na região.
A visita de sete dias, que incluirá ainda paragens em cidades como Chengdu (centro), Jinan e Qingdao (Leste), tem como objectivo “trocar impressões” com pessoas da região, sublinhou o vice-presidente do KMT, que negou ir negociar “o que quer que seja” em nome do governo de Taiwan, actualmente liderado pelo Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês).
O presidente do KMT, Eric Chu, encarregou Hsia de tratar dos assuntos internacionais e das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan, disse o vice-presidente da oposição, quando questionado sobre a frequência das deslocações à China. “Somos todos amigos, por isso não há nada de estranho em nos encontrarmos”, disse Hsia.
O dirigente também se defendeu das críticas do DPP a estas visitas, dizendo que a única intenção da viagem para a China é que “o outro lado compreenda os sentimentos do povo taiwanês”.
“Actualmente, só o partido no poder, e não a oposição, pode trair Taiwan”, afirmou o vice-presidente do KMT. Durante a última visita à China, que decorreu entre o final de Fevereiro e o início de Março, Hsia encontrou-se com o chefe do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Comité Central do Partido Comunista Chinês, Song Tao, numa altura de tensão no Estreito da Formosa devido à morte de dois pescadores chineses perto das Ilhas Kinmen.
Na altura, Hsia apresentou condolências às famílias das vítimas em nome do KMT e instou o governo do DPP a “descobrir a verdade” sobre o incidente, que ainda está a ser investigado.
O KMT defende uma cooperação económica mais estreita e um diálogo renovado com a China, que considera a ilha de Taiwan – governada autonomamente desde 1949 – como uma província sua.