O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia afirmou, ontem, que os embaixadores europeus recusaram participar numa reunião por si convocada, em declarações à plataforma digital russa RBC
Segundo Serguei Lavrov, a Missão Permanente da União Europeia alegou um “baixo nível de confiança e falta de informação sobre a agenda” do encontro, que serviria para debater eventuais interferências estrangeiras nas eleições presidenciais russas, que estão marcadas para de 15 a 17 deste mês. “Há uma semana e meia, os diplomatas ocidentais foram convidados para uma reunião sobre as eleições presidenciais na Rússia”, afirmou Lavrov, que pretendia aconselhálos a não fazerem nada para apoiar “os oposicionistas do sistema”
Todavia, “dois dias antes da reunião, enviaram uma nota ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, anunciando a sua ausência”, indicou o chefe da diplomacia do Kremlin. A Representação Permanente da UE confirmou que os embaixadores foram convidados, mas “sem quaisquer propostas de agenda”.
A resposta seguiu-se ao funeral do opositor russo Alexei Navalny e depois dos “apelos da UE a uma investigação internacional independente para apurar as causas da morte, apelos que foram ignorados”, afirmou a missão diplomática. A morte do opositor a Putin na colónia penal da Região Autónoma de Iamalo-Nenets, no Norte siberiano, foi anunciada pelos serviços prisionais russos no dia 16 de Fevereiro.
A Missão Permanente da UE apontou ainda o “nível de confiança extremamente baixo” no contexto das declarações públicas dos dirigentes da Federação da Rússia, em 2022, de que não enviariam tropas para a Ucrânia, o que veio a acontecer. “Fomos convidados para discutir as relações entre a UE e a Rússia, mas agora o ministro Lavrov diz que nos iria dar um sermão. Isto prova que tivemos razão ao declinar o convite”, acrescentou a Representação Permanente da UE em declarações à RBC.