Dez países do norte da Europa membros da Força Expedicionária Conjunta (JEF) divulgaram Terça-feira que activaram uma “cláusula de defesa”, que prevê o envio de meios militares adicionais para proteger infraestruturas subaquáticas no mar Báltico, após vários incidentes.
“Isto inclui capacidades marítimas e aéreas que serão implantadas no coração da região JEF, constituindo uma contribuição militar para a protecção de infraestruturas subaquáticas cruciais”, frisaram os ministros da defesa dos dez países em comunicado, após uma reunião.
“Esta é a primeira vez que uma cláusula de defesa é activada pelo JEF”, esclareceram, indicando que estas actividades vão arrancar “no início de Dezembro”.
A JEF é uma coligação de 10 países liderada pelo Reino Unido, que inclui a Dinamarca, Estónia, Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Países Baixos, Noruega e Suécia, associados em torno de questões de defesa operacional no norte da Europa.
O ministro da Defesa sueco, Pal Jonson, explicou que a acção envolverá “vigilância marítima”, com “cerca de 20 navios de guerra” a serem destacados no mar Báltico, mas também em áreas do Atlântico Norte para ter “em conta a situação de segurança e proteger melhor a infraestrutura subaquática essencial”.
Jonson frisou, em declarações à estação pública SVT, que se trata de enfrentar “uma situação de segurança muito grave no mundo”, e em particular nas regiões vizinhas destes países do norte da Europa.
“Devemos ser capazes de realizar este tipo de operação para defender a nossa infraestrutura vital, mas também para enviar um sinal à Rússia”, acrescentou.
Os países do JEF concordaram, em Outubro, em reforçar a segurança no Báltico, depois de um gasoduto submarino finlandês ter sido encerrado devido a uma fuga causada por intervenção “externa”.
A polícia finlandesa acabou por estabelecer que os danos foram aparentemente causados pela âncora encontrada no local de um navio mercante chinês que posteriormente deixou a área.
Mas este incidente suscitou especulações após as explosões que afectaram, em Setembro de 2022, os dois gasodutos submarinos Nord Stream que transportavam gás russo para a Europa Ocidental, num momento de um impasse com Moscovo sobre a guerra na Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.