O confronto entre o exército do Sudão e as Forças de Apoio Rápido (FAR), de paramilitares rivais, provocou já o deslocamento de mais de 5 milhões de pessoas, anunciou, ontem, a agência das Nações Unidas para as migrações
Mais de 4 milhões de pessoas foram d e s l o c a d a s internamente desde o início dos conflitos, em meados de Abril, enquanto outro 1,1 milhão fugiu para países vizinhos, anunciou a Organização Internacional para as Migrações.
Mais de 750 mil pessoas deslocaram-se para o Egipto ou para o Tchad, segundo a agência das Nações Unidas.
Os esforços internacionais para mediar o conflito falharam até à data, não obstante os, pelo menos, nove acordos de cessar-fogo assinados até agora desde o início do conflito.
O Sudão mergulhou no caos há quase cinco meses, quando se transformaram em guerra aberta as tensões há muito latentes entre os militares, liderados pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as FAR, comandadas por Mohamed Hamdan Dagalo, ex-número 2 no Conselho Soberano – a junta militar que tomou o poder no país no golpe que depôs o antigo ditador Omal al-Bashir, em Abril de 2019.
Os combates reduziram a capital do Sudão, Cartum, a um campo de batalha urbano, sem que nenhuma das partes tenha conseguido obter o controlo da cidade.
Na região ocidental do Darfur – palco de uma campanha genocida no início da década de 2000 – o conflito transformou-se em violência étnica, com as FAR e milícias árabes aliadas a atacarem grupos étnicos africanos, segundo grupos de defesa dos direitos humanos e as Nações Unidas.